"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" - Jo 8:32

domingo, 28 de janeiro de 2018

Professores do Unasp respondem varias perguntas sobre temas diversos

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A IASD do Unasp realizou o Na Mira da Verdade com os doutores em teologia:

Dr Wilson Paroschi, Dr Amin Rodor e Dr Emilson Reis

Veja abaixo:

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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O que significa a expressão "Imagem de Deus" na Bíblia?

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O relato da criação de homem e mulher em Gênesis 1 e 2 guarda uma série de aspectos interessantes. Em Gênesis 1:26-27, a descrição da criação do primeiro casal é feita de maneira a ressaltar a relação deles com Deus. Em Gênesis 2:5-7 e 2:18-22, a estrutura do texto indica que o objetivo é descrever a relação deles entre si e com a criação.
A criação do ser humano, no capítulo 1, segue o padrão literário da seção (1:1-2:3). Primeiramente, aparece uma espécie de anúncio do que será criado e, logo em seguida (geralmente com o uso de mesmo verbo e expressões semelhantes), o relato do que foi criado. Assim, em Gênesis 1:26, o anúncio é feito de modo a focar na função que ele (ser humano) teria: ser à imagem e semelhança de Deus. Dentre as várias possibilidades que esta expressão pode ter, uma que parece carregar um sentido mais próximo ao texto em seguida é a de que ao homem foi delegado o poder de representar a Deus na criação. Isto porque, após dizer que criaria o homem à Sua imagem e semelhança, a função deste homem é descrita como sendo “dominar sobre a criação”. Após a criação do ser humano (אדם), a ordem divina dada a ele é, além de dominar (רדה), subjugar (כּבשׁ) as outras criaturas. Esta ideia de domínio é a única que difere o homem das outras criaturas, já que, para ambos (homem e criaturas), também é ordenado que cresçam, se multipliquem e encham a terra.
A fala divina em Gênesis 1:28 ecoa a de Gênesis 1:26, pois em ambos há a ideia de domínio sobre os animais, inclusive com o uso da mesma raiz hebraica, רדה. Existem ecos também do quinto dia, com a repetição dos imperativos de Gênesis 1:22: frutificar, multiplicar e encher. Entretanto, em 1:28 há o acréscimo da ordem de subjugar a terra. Basicamente, o ser humano, criado à “imagem e semelhança” de Deus, deverá subjugar a terra e dominar sobre os seres viventes.
A raiz usada para falar da sujeição da terra é כּבשׁ, que aparece catorze vezes na Bíblia Hebraica. É uma raiz semítica e ocorre em muitas línguas semitas, como acádico, canaanita, árabe, etc. Em quase todas apresenta o mesmo significado do hebraico: subjugar, dominar.
As ocorrências de subjugar podem ser divididas em quatro grupos pelo objeto ao qual se dirige o verbo. O elemento comum ao qual o verbo se refere no primeiro grupo é a terra e é formado pelos seguintes textos: Gênesis 1:28, Números 32:22, 29; Josué 18:1; 1 Crônicas 28:18. Tirando Gênesis 1:28, já visto, e que se trata de uma referência mais geral, todos os outros falam de uma terra específica conquistada nas batalhas.
Terra subjugada
Em Números 32:22, repetido em 32:29, o assunto é a divisão futura da terra e é feito um acordo com os filhos de Rúben e de Gade para que eles se juntassem ao resto do povo na conquista da terra de Canaã e quando a mesma fosse, por fim, subjugada, eles poderiam possuí-la. Josué 18:1 lida exatamente com a divisão da terra de Canaã e, já que naquele momento boa parte dela estava subjugada, Josué resolve dividi-la com as tribos que ainda não tinham recebido sua herança. A ideia sugestiva nestes textos é de que a terra está subjugada porque Deus a entregaria (e em Josué, entregou) a Israel e cumpriria a Sua promessa.
Por fim, nos mesmos moldes, está I Crônicas 22:18. Na fala de Davi para Salomão, onde ele discursa sobre a incumbência da construção do Templo, agora que toda a terra estava “subjugada” e em “paz”. A raiz כּבשׁ também pode estar conectada a nações e isso ocorre apenas uma vez, em 2 Samuel 8:11. Trata-se da narrativa de diversas vitórias militares de Davi e de tudo que ele ia consagrando a Deus de “todas nações que subjugava”, culminando com o final do verso 14: “e o Senhor dava vitórias a Davi, por onde quer que ia”. Há, portanto, a relação entre “subjugar” e o agir divino no mesmo contexto: Davi subjuga as nações porque Deus vai lhe dando vitórias.
Um terceiro uso tem relação com quem desempenha a ação: Deus. Acontece em Miquéias 7:19, onde o profeta promete que Deus se voltará para o povo e terá misericórdia, e irá “subjugar nossas iniquidades”. A ação de subjugar é, nesse caso, não só mais abstrata que nos outros, como é feita por Deus. Em Zacarias 9:15, num oráculo de castigo às nações e a promessa de um rei para Sião, YHWH garante proteção e vitória sobre os que combatem com fundas, pois esses serão subjugados por ele. Deus subjuga homens maus, inimigos de Israel. Aqui, o uso de “subjugar” é uma ação concreta executada por Deus. Em todos os outros versos a ação de subjugar está envolvida com alguma promessa de Deus, ou ordem dele, mas somente nesses dois versos aparece executada por ele.
O grupo mais numeroso é o que trata de “subjugar” outros homens (ou mulher – Ester 7:8). Em II Crônicas 28:10, após uma guerra, Israel, vitorioso, leva homens de Judá cativos e é repreendido pelo profeta Oded por “subjugar os filhos de Judá”, tornando-os em escravos, levando Deus a irar-se contra Israel. Na ocorrência dupla de Jeremias 34, versos 11 e 16, o contexto é de opressão também. Judá havia resolvido arrepender-se e liberar os escravos, mas volta atrás e retoma a escravidão logo em seguida, subjugando-os contra a vontade divina. Amós 8:4 é um oráculo contra Israel porque gosta de subjugar os miseráveis. Ainda nesse conjunto, Neemias 5:5 traz “subjugar” relacionado à escravidão, mas agora como fruto de uma reclamação dos israelitas dirigida a Neemias, dizendo que o projeto para a reconstrução de Jerusalém fez com que eles subjugassem os filhos e os tornassem escravos. Todos esses textos tratam da realidade da escravidão e usam a raiz כּבשׁ num sentido de opressão.
Ou seja, de maneira clara, os verbos usados para descrever o domínio do ser humano sobre a criação é o senhorio completo dele sobre a mesma. O homem é a imagem e semelhança de Deus porque, como Deus é o Rei, Ele concede ao homem o poder de reinar. Isto significa que o princípio imago Dei deságua em imitatio Dei.

Bibliografia: 
BOTTERWECK, G. J; RINGGREN, H; FABRY, H. J. (eds.). Theological Dictionary of the Old Testament. 15 vols. Grand Rapids, MI: William Eerdmans Publishing Company.
CASSUTO, U. A Commentary on the Book of Genesis: from Adam to Noah. Jerusalem: Magnes Press, 1959.
CLINES, D. J. A. (ed.). The Dictionary of Classical Hebrew. Sheffield: Sheffield Academic Press; Sheffield Phoenix Press, 2011.
DOUKHAN, J. B. Genesis. Nampa: Pacific Press; Review and Herald, 2016. (Seventh-Day Adventist International Bible Commentary, 1).
EVEN-SHOSHAN, A. A New Concordance of the Old Testament: using the Hebrew and Aramaic text. Jerusalem: Kiryat Sefer Publishing House, 1989.
FREEDMAN, H.; SIMON, M. (eds.). Midrash Rabbah. 3ª impressão. 10 vols. London: The Soncino Press, 1961.
KÖEHLER, L.; BAUMGARTNER, W. The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament. Study Edition. 2 vols. Leiden: Brill, 2001.
TURNER, L. A.  Anúncios de Enredo em Gênesis. Engenheiro Coelho: Unaspress; Terceira Margem do Rio, 2017.
_________. Genesis. 2ª ed. Sheffield: Sheffield Phoenix Press, 2009. (Readings: A New Biblical Commentary).


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Autor: Edson Nunes
Possui graduação em Teologia e Letras pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), especialização em Teologia Bíblica também pelo UNASP e mestrado em Letras (Estudos Judaicos) na Universidade de São Paulo (USP). Atuou como pastor na Associação Paulistana da IASD auxiliando nas seguintes comunidades: Beth B’nei Tsion (Templo Judaico-Adventista), Nova Semente e Homechurch de Perdizes. Atualmente é professor de ensino superior do UNASP, doutorando em Letras (Estudos Judaicos) na USP e coautor do site www.terceiramargemdorio.org. É casado com Vanessa desde 2001 e pai de dois meninos, Daniel e Yossef.
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domingo, 21 de janeiro de 2018

Como tornar o Sábado mais deleitoso

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Para muitas crianças, o sábado é um dia de nãos: não ande de bicicleta, não assista televisão, não vá nadar, etc. Essas regras são muitas vezes mal interpretadas como “não se divirta”. E para muitas crianças, isso faz parecer que o sábado é um dia muito chato!
Devemos entender melhor. Será que realmente achamos que Deus pretende que Seu dia especial seja tedioso?
Em Isaías 58:13, o sábado é chamado de “deleitoso”. Será que o sábado é realmente “deleitoso” para você e seus filhos? Pode ser que guardar o sábado significa apenas ir à igreja fielmente e se abster do trabalho e dos prazeres pessoais. Mas será que não podemos olhar para o sábado como um dia para nos deleitarmos no Senhor?
Jesus disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). O sábado é um presente de Deus para nós, dando-nos o descanso de nosso trabalho rigoroso e a oportunidade de renovar nossa saúde física, emocional e espiritual. Deus nos deu esse dia, não para nosso próprio entretenimento, mas sim como um dia para aproveitar Sua criação ao descansarmos de nossas rotinas diárias, não para dormir até mais tarde ou ficar o dia inteiro sem fazer nada.
Podemos envolver todos os membros de nossa família para celebrar o sábado especial de Deus ao ajudar nossos filhos a ver esse dia sagrado como um dia prazeroso. Façamos do sábado um dia divertido e memorável, um dia pelo qual nossos filhos anseiem. A escritora Ellen White nos lembra: “O sábado — oh! — tornai-o o dia mais doce e mais abençoado de toda a semana” (A Fé pela qual eu vivo, p. 32). “Pais, acima de tudo, cuidai de vossos filhos no sábado” (Orientação da Criança, p. 350).
A seguir estão algumas maneiras de fazer exatamente isso.

Crie tradições sabáticas

Cada família pode se divertir recebendo o sábado no pôr do sol de sexta-feira. Peça que as crianças façam um cartaz especial que diga “Nosso dia especial com Deus” e pendurem-no. Deem as mãos para cantar e receber o santo sábado. Prepare uma refeição tradicional que só é servida para receber o sábado. As crianças também podem escolher uma música especial para a ocasião. Em minha família, nossa música de sábado era “Morre o Dia” (Hinário Adventista do Sétimo Dia, nº 28).

Desfrute de atividades bíblicas

Envolva as crianças em jogos bíblicos, questionários e enigmas para que aprendam mais sobre Deus. Use jogos de tabuleiro, como Bíblia e Ação, entre outros. Mas é ainda melhor se suas crianças e adolescentes criarem seus próprios jogos. Jogue com eles, e você se surpreenderá.

Explore a natureza

“Os céus declaram a glória de Deus” (Salmos 19:1). As crianças podem aprender muito com a natureza. Conhecer a Deus por meio dela é divertido, gratificante e emocionante. Faça caminhadas e observe as cores e variedades de formas e tamanhos de árvores e flores. Ouça a música do vento a soprar nas folhas e os cantos dos passarinhos. Sinta o cheiro do pinheiro, da grama recém-cortada, da fragrância das rosas e jasmins. Sinta a textura da casca da árvore, a suavidade das folhas nas plantas úmidas com o orvalho. No fim, veja quantos tipos de flores, plantas e pássaros vocês identificaram, cheiraram, tocaram ou ouviram. Busque na Bíblia essas joias da natureza.
Você também pode organizar atividades mais ativas, como um caça ao tesouro bíblico ou fazer com que as crianças construam uma maquete das histórias bíblicas usando materiais que eles encontram no bosque. Elas gostam muito de aventura e movimento.

Atividades solidárias

As crianças amam servir e ajudar os outros. Envolva-as em visitas a asilos, onde podem cantar para trazer alegria para as pessoas que ali estão. Elas podem embrulhar brinquedos e outros itens para dar de presente a crianças carentes. Façam e decorem cartões para enviar para crianças cujos pais estão na prisão. Use os materiais disponíveis para ajudar seus filhos a se envolverem em oportunidades reais de serviço.

Aprofundem-se no estudo da Bíblia

O sábado é o melhor momento para se aprofundar na Bíblia. Incentive seus filhos a sublinhar ou marcar textos-chave na Bíblia. Faça um questionário impresso onde eles podem responder a perguntas como: quem, o quê, quando, onde e por quê sobre os textos-chave que eles estão estudando. Conversem sobre como eles podem aplicar isso à sua vida. Filhos mais velhos podem aprender a escrever seus pensamentos e sentimentos em diários. Fazer anotações e escrever é uma ótima maneira de meditar na Palavra de Deus e expressar nossos pensamentos.
Não há segredo de como fazer do sábado um dia deleitoso, mas exige intencionalidade. Ellen White nos insta fortemente da seguinte maneira: “Pais, tornem o sábado um deleite, para que seus filhos o aguardem e o acolham de coração” (Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 585). Podemos educar nossos filhos não para aturar o sábado, mas para verdadeiramente desfrutá-lo!
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Igreja Adventista se manifesta sobre novo Código Penal na Bolívia

Resultado de imagem para iasd boliviaO ano começou com polêmica envolvendo o governo boliviano e movimentos religiosos do País, além de outras organizações sociais. Tudo por conta da promulgação da novo Código Penal boliviano que, na avaliação de várias entidades, afronta de forma clara, entre outros aspectos, a liberdade religiosa. Uma das observações é quanto ao artigo 88, que prevê prisão de 7 a 12 anos e reparação econômica para pessoas que, por si ou por terceiros, captem, transportem, desloquem, privem de liberdade, acolham ou recebam pessoas enquadradas por várias finalidades. E, no item 11, é dito que, entre essas finalidades, está o “recrutamento de pessoas para sua participação em conflitos armados ou em organizações religiosas ou de culto”.
O Código também está motivando reclamações e protestos de outros setores do país (caminhoneiros, médicos) desde o início desse ano. Diante do risco que o tema pode trazer à liberdade religiosa, a Igreja Adventista do Sétimo Dia na Bolívia emitiu um posicionamento oficial. Segue na íntegra:
Posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre a promulgação do Código do Sistema Penal na Bolívia
A Igreja Adventista do Sétimo dia sustenta que a liberdade religiosa é um direito humano, conforme afirmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros instrumentos internacionais e nacionais, e entende que restringir esse direito é uma restrição à dignidade humana.
A Igreja se relaciona com as autoridades nacionais e locais na defesa desta prática, com o objetivo de proporcionar um ambiente positivo para o livre exercício desse direito e motiva todas as pessoas a serem defensoras desse princípio. A Igreja percebe com preocupação qualquer ameaça a esse direito humano fundamental.
Na promulgação do novo Código do Sistema Penal, o Departamento de Liberdade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Bolívia, em coordenação com a IRLA (Associação Internacional de Liberdade Religiosa), com sede na América do Sul, está monitorando a validade deste regulamento. Atualmente, está em contato e diálogo com outras organizações públicas e privadas que compartilham essa visão, a fim de analisar os efeitos desta norma legal e definir as ações a serem tomadas para defender esse direito humano.
Este é um momento de prudência e diálogo. Por esta razão, a Igreja convida todas as pessoas e organizações a se juntarem a nós em oração. Que Deus conceda sabedoria aos nossos governantes sobre o assunto em discussão.

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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

CRIACIONISMO: OS PERSONAGENS BÍBLICOS COMO DEFENSORES DA CRENÇA NA CRIAÇÃO SEGUNDO O GÊNESIS




Artigo submetido como parte dos requisitos necessários para a disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica da Faculdade Adventista da Amazônia, sob orientação do Prof. Dr. Agenilton Corrêa.


RESUMO
O presente artigo tem por interesse demostrar algumas das várias evidencias bíblicas para se crer na criação segundo o modelo bíblico expresso nos primeiros capítulos de Gênesis. Teoria conhecida como criacionismo. Utilizando-se do método de pesquisa bíblico, buscando diferentes textos que falem sobre o mesmo assunto e comparando-os, pretende-se demostra que os autores bíblicos, de forma direta ou indireta, concordam com os primeiros capítulos da Bíblia. Conclui-se, por tanto, que não há outra teoria que seja embasada pela Bíblia para explicar o surgimento de tudo o que se conhece hoje, se não a criação em seis dias conforme o texto de Gênesis 1 apresenta.
Palavras-chave: Bíblia. Criacionismo. Criação. Jesus. Gênesis.

1 INTRODUÇÃO
            Quem nunca se fez as três perguntas mais inquietantes que existem? Elas são mundialmente conhecidas e causam curiosidade em quase todos: “De onde viemos? ”, “O que estamos fazendo aqui? ”, “Para onde iremos? ”.
Nos últimos séculos muitos têm criado teorias que tentam dar uma resposta racional a essa pergunta. Dentre essas teorias a mais famosa é a de Charles Darwin. Em seu livro A evolução das espécies ele espoem sua teoria baseada em anos de pesquisa, acentuando o que o fez chegar a tais conclusões e apresentando ideias e fatos para embasar sua teoria.
Em contrapartida a Bíblia apresenta em seu primeiro capitulo um relato que se distingue das várias teorias criadas sobre como surgiu o universo. Ela relata sobre um Deus criador e como ele formou o universo em seis dias e descansou ao sétimo.
Muitos crentes na Bíblia têm dificuldade em aceitando o relato de uma criação tão rápida e precisa. Eles preferem aceitar todo o resto do texto bíblicos, mas ter os primeiros capítulos do Gênesis como mitológico.
Porém, com muita facilidade podem ser encontradas passagens em outros livros da Bíblia que se refiram ao livro do Gênesis, ou mais diretamente a criação.
Por meio de pesquisa na tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil, 2ª ed., consegue-se obter informações conforme passo a dispor em seguida.
2 OS AUTORES BÍBLICOS ERAM CRIACIONISTAS
            Há na Bíblia seis referências diretas a existência de um criador. São elas: Eclesiastes 12:1 onde se consegue ler: "Lembra-te do teu Criador ..."; Isaías 17:7, 40:28, 45:9, 54:5, e especialmente 43:15 onde o próprio Deus se declara criador dizendo: "Eu sou o SENHOR, o vosso Santo, o Criador de Israel, o vosso Rei.".
            A Bíblia é clara em dizer que “No princípio Deus criou os céus e a Terra” (Gn 1:1). E todos os demais escritores ecoam as palavras tão simples e diretas mencionadas em seu primeiro verso.
            Há também referências indiretas. Em sua carta aos Romanos 5:12 o apóstolo Paulo menciona que “por um só homem entrou o pecado no mundo”, o que nos faz lembrar que após a criação houve um pecado inicial cometido por Adão e Eva (cf Gn 3). Com certeza Paulo cria que Adão e Eva eram pessoas reais, e não um mito.
            E o que dizer de Apocalipse 14:7 que diz: "dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas." (Grifo nosso). Esse texto claramente aponta para a existência de um ser pessoal criador (Aquele que fez), além de se assemelhar bastante com Êxodo 20:11: “porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou...”.
            O Rei Davi, autor de vários salmos que estão na Bíblia, parece não discordar do livro de Gênesis. Veja o que ele afirma: "Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles." "Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir." Salmo 33:6 e 9. "Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe." Salmo 139:13.
Algo interessante, e que talvez seja o que mais causa descredito a respeito da Bíblia, é que ela não se demora tanto explicando quem é esse Deus criador e descrevendo de forma minuciosa como ocorreu a junção de cada átomo para a formação de tudo o que conhecemos hoje. Outro ponto importante é que além de não apresentar outras possíveis formas pelas quais o mundo viesse a existência, ela apresenta a criação como um fato indiscutível.
            É bem verdade que não é possível compreender totalmente o relato bíblico sobre a criação. Além disso talvez seja impossível provar cientificamente que realmente aconteceu como está relatado na Bíblia. Para tanto deve-se seguir o conselho contido em Hebreus 11:6 e ter fé, pois "de fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam."

3 JESUS É CRIACIONISTA
            Em Mateus 19:4 Jesus afirma: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher” (grifo nosso). Jesus também reconhece que houve um criador em sua fala referindo-se ao primeiro casal, que segundo o Gênesis foi criado por Deus e colocados em um jardim (2:4-25).
            Já em Colossenses 1:16 é dito que: "nele [Jesus] foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra...". Com essa afirmação Jesus é tido não apenas como alguém que crer na criação, mas o criador. Esse texto de Colossense foi escrito por Paulo, o mesmo que escreveu Romanos 5 falando sobre a entrada do pecado.

4 CONCLUSÃO
            Entende-se, portando, que a Bíblia apresenta Deus como o criador. E não há indícios de qualquer tipo de divergência entre o relato do Gênesis e o apresentado em outros livros da Bíblia com relação a criação. Antes o que se pode perceber é uma harmonia.

CREATIONISM: THE BIBLE CHARACTERS AS
DEFENDERS OF BELIEF IN CREATION
ACCORDING TO GENESIS

ABISTRACT
The present article is interested in demonstrating some various biblical evidences to believe in creation according to the biblical model expressed in the first chapters of Genesis. Theory known as creationism. Using the method of Biblical research, seeking different texts that speak on the same subject and comparing them, it is understood that biblical authors, directly or indirectly, agree with the early chapters of the Bible. It is therefore possible to conclude that there is no other theory based on the Bible to explain the emergence of all that is known today if not the creation in six days as the text of Genesis 1 presents.
Keywords: Bible. Creationism. Creation. Jesus. Genesis.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL DA ASSOCIAÇÃO GERAL DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA (Org.). Nisto Cremos. 8 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008.
BÍBLIA DE ESTUDOSS ANDREWS. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015.
GILBSON, L. James; RASE, Humberto M. Mistérios da Criação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013.
GOLDINHO, Paulo. Guia de estudos bíblicos Ouvindo a Voz de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2014.


GOT QUESTIONS. Porque o criacionismo bíblico é tão importante? Disponível em: . Acessado 15 mar 2016
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SÁBADO PARA TODOS (DT 5:12-15)

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Artigo submetido como parte dos requisitos necessários para a disciplina de Pentateuco da Faculdade Adventista da Amazônia, sob orientação do Prof. Me. Ezinaldo Ubirajara.

SÁBADO PARA TODOS (DT 5:12-15)

1 INTRODUÇÃO

Os Dez Mandamentos, dados por Deus ao povo de Israel no monte Sinai, são regras importantes para o convívio social (por ex.: não matar, roubar ou adulterar) e, também, para manter um bom relacionamento com o próprio Deus. Os Mandamentos estão descritos em Êxodo 20 e foram repetidos em Deuteronômios 5 com apenas uma pequena alteração no quarto mandamento. Mas quais seriam os motivos para essa “mudança”?

2 TEOLOGIA

O mandamento que ordena a observância do sábado não sofreu nenhuma alteração básica ao ser pronunciado segunda vez por Moisés em Deuteronômios. A única mudança diz respeito a justificativa para a guarda do sábado.

2.1 O sábado em Êxodo

Em Êxodo 20:8 a 11 podemos ler:
“Lembra-te do dia de sábado para o santificar. Seis dias trabalharas e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias, fez o Senhor os céu e a terra, o mar e tudo o que nele há e, ao sétimo dia, descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.”

O Mandamento é apresentado sobre o argumento da criação. Deus ordenou que os israelitas, Seu povo que havia sido resgatado do Egito após vários anos de escravidão, observasse esse dia em reconhecimento ao Deus criador.

Dessa forma eles sempre iriam recordar que em seis dias o Senhor Deus fez os céus, a terra, os mares e tudo o que conhecemos; mas no sétimo dia, após ter finalizado toda a obra, Deus descansou e separou aquele dia dos demais dias da semana e o abençoou como uma benção não destinada a nenhum outro dia.

O povo de Israel já estava como escravo a muito tempo. Eles viviam em uma terra politeísta onde o Deus verdadeiro não era adorado. Deus, então, depois de resgata-los da escravidão egípcia, resgata-os, também, de seus costumes religiosos errados.

Deus se apresenta como criador e afirma que há um dia especial, reservado por ele mesmo, para o seu povo. O sábado não seria apenas um dia para descansar, mas também um dia para estar com Deus.

Ao Deus escolher um meio especial de comunhão com suas criaturas, por que teria Ele escolhido um dia específico (o sábado), em vez de um lugar especifico no Jardim do Éden? Sakae Kubu sugere que Deus “escolheu um seguimento” de tempo para comungar com suas criaturas por três motivos: (1) porque o tempo é universal e está em toda parte; (2) porque o tempo é imaterial, apontando para as coisas espirituais, além do espaço e da matéria; (3) porque o tempo é todo-abarcante, jamais oscilando em intensidade.14 São essas as caraterísticas do tempo que permitem que o sábado chegue igualmente a todos os seres humanos (ricos e pobres, cultos e incultos) como um “santuário no tempo”.15 (TIMM, 2010, p. 24)

Deus afirmar categoricamente: “Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus” (Êxodo 20:10). Dessa maneira o Criador cobra para si a atenção humana (suas criaturas) nesse dia especial.

É evidente que o propósito de Deus era que o sábado servisse como um dia especial não apenas para os israelitas, mas para todos os povos da terra. Em Isaias 56:5 e 6 vemos isso com clareza.

2.2 O sábado em Deuteronômios

“Os discursos pronunciados no livro de Deuteronômios foram feitos cerca de 40 anos após a saída do Egito” (COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, 2012, v. 1, p.1041).

É possível que muitos que estavam ouvindo aquele discurso de Moises tivessem nascido durante a caminhada pelo deserto, ou, até mesmo, que tenham saído do Egito quando eram crianças e não lembrassem com exatidão os feitos de Deus e seus mandamentos.

Moises faz então um apanhado geral de tudo quanto havia ocorrido e repete várias leis e ordenanças que Deus havia dado ao povo, incluindo os Dez Mandamentos
.
Quanto ao mandamento do sábado, podemos ler em Deuteronômios 5:12 a 15:
Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, tem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro, para que o teu servo e a tua serva descanse como tu; porque te lembrarás que fostes servo na terra do Egito e que o Senhor, teu Deus, te tirou dali com mão poderosa  e braço estendido; pelo que o Senhor, teu Deus, te ordenou que guardasse o dia de sábado.

O início do mandamento é apresentado de forma a trazer a lembrança a ordem de Deus com relação ao sábado. O povo deveria lembrar de santificar o sábado, como já havia sido ordenado. Porém com um proposito diferente do apresentado na vez anterior. O sábado agora já não seria apenas uma lembrança do Deus criador, mas seria também uma lembrança do Deus libertador que havia liberto o povo e provido as suas necessidades ate então.

Mas porque esse mandamento foi apresentado dessa forma para aqueles que não haviam passado pela escravidão? Não faria bem mais sentido Deus ter apresentado dessa forma ao povo que havia passado pela escravidão? Eles com certeza entenderiam bem melhor, não é verdade?

Talvez não. Após quarenta anos vagueando pelo deserto em direção a terra prometida por Deus, os israelitas tiveram que enfrentar várias privações por não terem uma residência fixa, lutas e mais lutas com os que tentavam atrapalhar a sua jornada, confiar unicamente em Deus para prover o alimento diário e tudo mais.

Com certeza a maioria não teve uma experiência ampla com a escravidão, mas de forma alguma desejavam passar por tal coisa.

O povo estava preste a entrar na terra prometida. A jornada estava quase no fim. Em pouco tempo eles iriam fixar residência e, ao invés de uma vida de nômades, teriam que trabalhar na terra (agricultura e/ou pecuária, por exemplo), e muitos iriam contratar pessoas para auxiliar nesse trabalho.

Dessa forma Deus se adianta ao esclarecer que as atividades deverem ser cessadas aos sábados “para que o teu servo e a tua serva descanse como tu” (Deuteronômios 5:14).
Seria uma tremenda injustiça que as pessoas ficassem paradas aos sábados enquanto seus funcionários trabalhassem normalmente. Essa foi uma das razões para Deus apresentar o sábado dessa forma.

O sábado foi criado para beneficiar a todos. Esse sempre foi o propósito de Deus.
A universalidade do sábado está enraizada na criação. Assim seus privilégios e obrigações se estendem a todas as nações, setores ou classes (Êx 20:11; 23:12; Dt 5:15; Is 56:1-8). A observância do sábado se refere a todos os membros da família, inclusive criança, e se estende até mesmo aos “forasteiros das tuas portas para dentro” (Êx 20:10). (PAROUSIA, p. 77, 2012)

É importante salientar que era desejo de Deus que as demais nações pudessem ter esse dia para repouso e adoração. Isso se confirma quando observamos que o sábado não foi dado somente para o povo judeu, mas sim para todos os moradores da terra. Em Gênesis 2:1-3, a primeira vez que a observância do sábado é requerida, só havia Adão e Eva habitando em nosso planeta. E eles eram “todos os moradores da Terra”.

3 APLICAÇÃO

É possível fazer várias aplicações homotéticas desse texto. Entretanto, há uma que me veio à mente e me chamou bastante a atenção. Passo a desenvolve-la abaixo.

Hoje os adventistas do sétimo dia, o povo de Deus e quem ainda mantem a observância do sábado, não fazem parte de uma única nação, como foi com Israel. Somos mais de 20 milhões e estamos espalhados por mais de 220 países (NOTICIAS ADVENTISTAS, 2017). Todos com os mesmos princípios, embora em culturas totalmente distintas.

Nós hoje somos a “raça eleita, sacerdócio santo, povo de propriedade exclusiva de Deus” e fomos chamados “ afim de proclamar as boas novas dAquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9 a 10).

E não devemos pensar que os princípios sobre o sábado mudaram. Quando igreja de Deus é descrita em Apocalipse a observância dos mandamentos não é descartada, ao contraio ela é tida como a característica principal (veja Apocalipse 12:17 e 14:12 por exemplo). Sendo que o sábado é um dos mandamentos de Deus ele, logicamente, está incluso nesses textos.

Semelhante aos israelitas quando entraram na terra prometida, muitos dos guardadores do sábado têm funcionários, ou fazem uso de serviços que necessitem de funcionários aos sábados, ou tem algum parente/amigo que ainda não conhece o quão importante é obedecer a esse mandamento.

Muitas dessas pessoas não têm a oportunidade de descansar no sábado e desfrutar todas as bênçãos que esse dia tem a nos proporcionar.

Nós, como sacerdotes de Deus, devemos nos esforçar para que esse dia seja agradável a todos.

Que nossos familiares, amigos, funcionários, vizinhos; enfim, todos a nossa volta, possam ser beneficiados com esse dia maravilhoso de repouso físico e crescimento espiritual. E que para todos aquele que não conhecem essa benção que possamos ajuda-los a conhecer os benefícios que esse dia pode trazer.

Todos nós, valorizamos um bom descanso semanal e reconhecemos que Deus nos deu esse presente desde a criação. Mas muitos têm agido de forma egoísta e desprezado o bem-estar dos outros nesse dia.

O sábado é para todos. E nós como o povo de Deus devemos fazer o possível para que todos tenham a oportunidade de desfrutar desse descanso.


4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BÍBLIA DE ESTUDOS ANDREWS. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015.
COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA: A Bíblia Sagrada com o comentário exegético e expositivo, 1. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, (Logos v. 1).
PAROUSIA: Doutrina do Sábado: Implicações. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2012.
NOTÍCIAS ADVENTISTAS: Igreja Adventista chega a mais de 20 milhões de membros no mundo. Disponível em: acessado 22 ago 2017.
TIMM, Alberto R. O Sábado na Bíblia: Por que Deus faz questão de um dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2010.
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Sobre o Autor:

Jair Gomes Silva é aluno do curso de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia. Tem grande interece pela área da teologia histórica. Ama fazer evangelismos e ganhar almas para Cristo.