"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" - Jo 8:32

sábado, 23 de junho de 2018

Resposta do Dr Rodrigo Silva sobre o sábado lunar

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Será que ainda guardamos o sábado como Deus estabeleceu?
Muitos argumentão que ouve mudanças no siclo semanal. Confira essa excelente vídeo:


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segunda-feira, 18 de junho de 2018

PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PRIMEIROS CRISTÃO


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RESUMO
O cristianismo enfrentou diversos problemas, tanto internos como externos.  As principais perseguições foram causadas pelos judeus (religião anterior da maioria dos cristãos) e os romanos (território habitado pela maioria dos primeiros cristãos). Vários dos imperadores romanos tentaram silenciar o cristianismo, porém nunca obtiveram êxito. Fora os problemas internos conhecidos como heresias. Ou seja, doutrinas contrarias as ensinadas pelo próprio Cristo e seus discípulos. Isso causou divisões dentro da igreja cristã.
Palavras-chave: Igreja Cristã. História do Cristianismo. Perseguições.

1 INTRODUÇÃO
            O cristianismo em seus primórdios, ao inverso do que é hoje, enfrentou varias dificuldades. Muitos líderes políticos e religioso tentaram a todo custo silenciar os que proclamavam a história de Jesus Cristo. Na verdade, o próprio Cristo foi morto com a intenção de que seus ensinos focem esquecidos.
            As dificuldades serão, basicamente, divididas em dois grupos: internas e externas.

2 DIFICULDADES INTERNAS
            Os principais autores sobre história da igreja mencionam os seguintes problemas, que hoje chamamos de heresias por serem contrarias aos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos.
     Os problemas foram: Judaizantes, Gnósticos, Epicuristas, Estoicos, Maniqueísmo e Neoplatonismo. Passa-se a explica-los com mais detalhes.
            Judaizantes: Muitos judeus, incluindo fariseus, se converteram ao cristianismo após a morte de Cristo. Alguns desses ensinavam que antes da conversão ao cristianismo, os gentios deveriam se tornar judeus. Isso foi corrigido ainda pelos apóstolos no concilio retratado em Atos 15.
            Gnósticos: Ensinavam o dualismo alma-corpo baseados nos filósofos gregos.
            Epicuristas: Entendiam de forma equivocada os ensinamentos de Cristo e o misturavam com os dos filosofo grego Epicuro. Esse ensinava a não temer a morte ou a dor.
            Estoicos: Ensinava que a única forma para a obtenção da felicidade era por meio de “imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino” (Dicionário). Tirando o foco do Messias e suas promessas.
            Maniqueísmo: A semelhança do Gnósticos era uma corrente filosófica que atingiu principalmente a Pérsia. Pregava, dentre outras coisas, que se poderia obter um maior nível espiritual abstendo-se de relações sexuais.
            Neoplatonismo: Foi uma corrente de pensamento que interpretava os ensinos platônicos a luz do cristianismo.
            Todos esses, de alguma forma, minaram o cristianismo e distanciaram os fies da verdadeira e pura doutrina.

3 DIFICULDADES EXTERNAS
            Vários imperadores romanos empreenderam grandes pessegões contra os cristãos. São eles: Tibério (14-37 d.C), Caio (37-41 d.C), Cláudio (41-54 d.C), Nero (54-68 d.C), Vespasiano (69-79 d.C), Tito (79-81 d.C), Dominicano (81-96 d.C), Nerva (96-98 d.C), Trajano (98-117 d.C), Adriano (117-138 d.C), Antônio o Pio (138-161 d.C), Marco Aurélio (161-180 d.C), Cômodo (180-193 d.C), Sétimo Severo (193-211 d.C), Décio (249-251 d.C), Valeriano II (253-259 d.C), Diocleciano (284-305 d.C) e Galério (305-311 d.C). Conforme FERREIRA, 36.
            Dentre todos esses, passo a destacar os mais brutais:
            Nero: Persegui os cristãos em Roma entre os anos 64 a 68 d.C e chegou a colocar fogo em alguns bairros de Roma para seu deleite. Quando cogitaram a possibilidade de ter sido ele o autor do incendia, prontamente culpou os cristãos. O que levou revolta dos cidadãos romanos contra os seguidores de Cristo.
            Dominicano: Condenou vários cristãos a morte por não lhes prestarem culto. Além de ter condenado o apóstolo João a ser colocado em um caldeirão de óleo fervendo e depois exila-lo para Patmos.
            Sétimo Severo: Decretou que tornar-se judeu ou cristão era ilegal. Fora as perseguições promovidas contra os cristãos no Egito e em Cartago.
            Mesmo em meio a tanta perseguição por meio do império romano, como já mencionada (fora as perseguições religiosas que os judeus desenvolveram contra os cristãos), os inimigos da igreja não conseguiram parar o seu avanço. Chegou-se ao ponto de Tertuliano (um famoso escritor da época patrística) afirmar: “O sangue dos mártires é a semente dos cristãos”.



MAIN DIFFICULTIES FACED BY
THE FIRST CHRISTIANS


ABISTRACT
Christianity faced various problems, both internal and external. The main persecutions were caused by the Jews (former religion of most Christians) and the Romans (territory inhabited by most of the early Christians). Several of the Roman emperors tried to silence Christianity, but never succeeded. Apart from the internal problems known as heresies. That is, doctrines contrary to those taught by Christ himself and his disciples, which caused divisions within the Christian church.
Keywords: Christian church. History of Christianity. Persecutions.




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REFERÊNCIAS
MONDONI, Danilo. História da Igreja na Antiguidade. 2º ed. São Paulo: Loyola, 2006.

CARVALHO, Jônatas. História da Igreja. Disponível em <https://books.google.com.br/book
s/about/Hist%C3%B3ria_Da_Igreja.html?id=6l5jDAAAQBAJ&redir_esc=y> Acessado em 02 abr 2018

CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através do Séculos: uma história da igreja cristã. 3º ed. São Paulo: Vida Nova, 2015.

FERREIRA, Franklin. A Igreja Cristã na História: das origens aos dias atuais. São Paulo: Vida Nova, 2016.

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IMPLICAÇÕES DA AFIRMAÇÃO DE JESUS EM JOÃO 14:16 (ἄλλον παράκλητον)


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RESUMO
O presente artigo tem por interesse trabalhar a relevância da afirmação de Jesus sobre o Espirito Santo em João 14:16. Ali é usado o termo o termo grego ἄλλον παράκλητον (allom parakleton) que significa outro consolador, ajudador, advogado (ou coisas do gênero). Será mostrado que, segundo o que a Bíblia apresenta, o Espirito Santo não é meramente uma força ou poder divino como muito tem ensinado, mas sim outro da mesma espécie de Jesus. Por tanto, ele é plenamente Deus, assim como Jesus.
Palavras-chave: Espirito Santo. Deus. Outro Consolador. Jesus.

1 INTRODUÇÃO
            A Bíblia apresenta Jesus Cristo como sendo divino (ou como o cristianismo convencionou: a segunda pessoa da divindade) em textos como João 1:1 que diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” e 1Pedro 1:1 que finaliza chamando Jesus de “nosso Deus e Salvador”. A Bíblia também o apresenta como ser humano em diversos textos. A história reconhece com facilidade a veracidade da existência de Jesus (embora não o aceite como divino).
Jesus antes de partir afirmou que enviaria “outro consolador” (ἄλλον παράκλητον) conformo João 14:16. Isso fora dito referindo-se ao Espirito Santo. Muitos, ao longo da história, tem negado que o Espirito Santo seja divino, ou até mesmo que ele exista. Há vários que argumentam que o Espirito é apenas “a força ativa de Deus”.
            Nesse artigo, pretende-se fazer uma análise da expressão ἄλλον παράκλητον (usada por Jesus) e entender o que ele falou sobre o Espirito Santo em João 14:16.

2 SIGNIFICADO DE ἄλλον
            A palavra ἄλλον (allon) sempre aparece nas traduções da Bíblia para o português como outro. Em seu sentido original significa: “outro da mesma espécie” ou “outro da mesma qualidade” conforme Kanagaraj (p. 148) propõem.
            Essa palavra aparece pelo menos 14 vezes no Novo Testamento grego. Em todas essas vezes o sentido é o mesmo. Sempre significa outro da mesma espécie que o citado anteriormente.
            Há outras vezes em que aparecem variações dessa palavra, mas não há alteração no sentido que já fora mencionado.

3 SIGNIFICADO DE παράκλητον
O termo παράκλητον (parakleton) pode significar intercessor, ajudador, mentor, auxiliador, defensor, consolador, advogado, etc. conforme Kanagaraj (p. 148). Serve para designar alguém que possa prestar algum tipo de auxílio. É usado no Novo Testamento apenas duas vezes, e ambas as vezes nos escritos de João. Uma vez referindo-se ao Espirito Santo (Jo 14:16) e outra ao próprio Cristo (1Jo 2:1).
Na versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX), Adão chama sua esposa Eva, que havia sido criado por Deus para seu auxilio, de παράκλητον.

4 IMPLICAÇÕES DA FALA DE JESUS
            Quando Jesus se referiu ao Espirito Santo como ἄλλον (allon) deixou implícito a informação de que o Espirito era da mesma espécie de Jesus. Mas como assim da mesma espécie? A natureza do Espirito seria a mesma que Jesus. Ao considerar que Jesus foi apenas um ser humano, como outro qualquer, tem-se que levar em conta que o Espirito Santo também seria um ser humano. Dessa forma seria da mesma espécie que Jesus. Descartando-se, então, por completo a ideia que o Espirito seria apena suma força que emana de Deus, ou algo parecido.
            A Bíblia não apresenta o Espirito Santo como sendo humano. Então não é nesse aspecto que ele seria da mesma espécie que Jesus.
            Levando em consideração que Jesus é “verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem” (ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL, p. 48) torna-se possível entender em que aspecto ele era da mesma espécie que o Espirito. O Espirito Santo não é verdadeiramente homem, mas é verdadeiramente Deus.
            Ao empregar o termo παράκλητον (parakleton) Jesus reforça essa ideia. João chama Jesus de nosso “advogado” (παράκλητον) em 1João 2:1, mesma palavra que o próprio Cristo usa em João 14:16 para referir-se ao Espirito Santo.

5 CONCLUSÃO
            Conclui-se, por tanto, que Espirito Sando é reconhecido por Jesus como sendo outro da mesma espécie, isto é, plenamente Deus da mesma forma que ele. O Espiro Santo não é a mesma pessoa que Jesus, mas sim outro. Outro da mesma espécie. Em todo o Novo Testamento a expressão ἄλλον sempre significa outro da mesma espécie, e não é diferente ao refere-se ao Espirito Santo.


IMPLICATIONS OF THE AFFIRMATION OF JESUS ​​IN
JOHN 14:16 (ἄλλον παράκλητον)

ABISTRACT
The present article is of interest in working out the relevance of Jesus' statement about the Holy Spirit in John 14:16. There is used the Greek term ἄλλον παράκλητον (allom parakleton) which means another comforter, helper, advocate (or similar). It will be shown that, according to what the Bible presents, the Holy Spirit is not merely a divine power or force as many have taught, but one of the same type as Jesus. Therefore, he is totally God, just like Jesus.
Keywords: Holy Spirit. God. Another Comforter. Jesus.



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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL DA ASSOCIAÇÃO GERAL DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA (Org.). Nisto Cremos. 8 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008.

BULTMANN, Rudolf. Teologia do Novo Testamento. Santo André: Academia Cristã, 2008.

GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. São Paulo: Vida Nova, 1993.

KANAGARAJ, Jey J. John: A new Covenant Commentary. Caravonica Queensland: Cascade Books, 2013.

ROBINSON, Edward. Lexico Grego do Novo Testamento. Bangu: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2012.

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IASD distribui mais de 200 mil livros "O Poder da Esperança" em Portugal

Resultado de imagem para o poder da esperança em portugalPelo oitavo ano consecutivo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia em Portugal compartilhou literatura gratuitamente com os moradores do país. Desta vez, os membros entregaram a obra O Poder da Esperança, de autoria do jornalista Michelson Borges e do psicólogo Julián Melgosa.
Ao longo dos anos, foram distribuídos cerca de dois milhões de livros no território nacional. Neste ano, fiéis adventistas das 117 igrejas e grupos tornaram possível a distribuição de 200 mil exemplares. De acordo com os líderes da denominação em terras lusas, foi um dos momentos mais relevantes da missão da Igreja.
Já no continente sul-americano, os adventistas de oito países sairão às ruas no dia 26 de maio para distribuir mais de 25 milhões de cópias da obra, em versões em português, espanhol e em quadrinhos, voltada para as crianças. Para obter a versão digital do título, clique aqui.
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sábado, 16 de junho de 2018

Dr Rodrigo Silva responde perguntas no IPAE

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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Daniel previu a luta entre esquerda e direita no tempo do fim

Imagem - O Fim das esquerdas - internaA atual sucessão de governos na América do Sul revela o esgotamento das políticas de esquerda. Isso ocorre em paralelo a uma retomada da economia americana. Os Estados Unidos e o bloco europeu parecem reafirmar suas posições de liderança e hegemonia no mundo.
O que isso tem a ver com as profecias bíblicas?
De fato, o chamado chavismo perdeu espaço na Venezuela nas eleições legislativas de 2015, e a hegemonia de 16 anos da ideologia de Hugo Chávez está ameaçada. Na Argentina, o longo período de 12 anos dos Kirchner (Nestor, depois Cristina) chegou ao fim com a vitória do liberal Mauricio Macri. Na Bolívia, o socialista Evo Morales não poderá disputar um terceiro mandato; foi a decisão do referendo de fevereiro deste ano.
No início dos anos 2000, a ascensão de Lula, Chávez e Kirchner, respectivamente, no Brasil, Venezuela e Argentina, provocou uma onda das políticas sociais de esquerda na América do Sul. Na força dessa onda, em 2005 o Uruguai elegeu Tabaré Vázquez; em 2006 a Bolívia elegeu Morales e o Chile, Michelle Bachelet. Essa onda alimentou o ideal de políticas sociais igualitárias e paternalistas na população sul-americana, uma das sociedades mais desiguais do planeta.
Ao final de quase 15 anos, os elos dessa corrente têm se enfraquecido e quebrado um após o outro. No Brasil, a maior potência econômica da região, o governo de Dilma Rousseff está seriamente ameaçado pelos mesmos motivos dos demais: evidências de corrupção e falência das políticas populistas.
O enfraquecimento das esquerdas na América do Sul faz parte do processo de desorganização da ideologia socialista como um todo em curso desde a queda do Muro de Berlim, em 1989. A falência do maior estado sócio-político construído sobre essa ideologia, a União Soviética, fragilizou o discurso revolucionário ao redor do mundo. Além disso, o regime comunista em Cuba e na Coreia do Norte só tem fortalecido a mentalidade capitalista devido às agruras sociais e econômicas evidentes nesses países.
O comunismo chinês sustentou elevados índices de crescimento econômico nos últimos anos, mas somente graças à abertura para a economia de mercado em curso ali desde os anos 1970. No entanto, apesar de representar uma salvaguarda para a ideologia socialista, o milagre chinês começa a apresentar sinais de esgotamento. Nos dois últimos anos, a China tem enfrentado crescente fuga de capitais, queda da bolsa, desvalorização da moeda e do mercado imobiliário e evidências de corrupção. Este período da economia chinesa tem sido avaliado como o fim de um ciclo.
O enfraquecimento dessas economias coincide com a retomada do crescimento dos Estados Unidos. Muita coisa não vai bem nas economias modernas, mas o que se assiste nestes tempos pode ser considerado como um esgotamento quase final das ideologias de esquerda e um fortalecimento da economia de mercado em nível global.
Uso aqui a expressão “esquerda” em referência às políticas voltadas para o estado intervencionista e controlador da liberdade geral, e “economia de mercado” para aquelas fundadas na ideia da suficiência do mercado em regular a si mesmo. Em geral, as políticas de esquerda defendem a igualdade, e as de direita, a liberdade. No livro Destra e Sinistra, o filósofo italiano Norberto Bobbio diz que a esquerda procura eliminar as desigualdades sociais com medidas protecionistas, já a direita entende que essas desigualdades são naturais e que a sociedade se autorregula.
Outro aspecto das ideologias de esquerda é a negação da dimensão religiosa da sociedade. Por sua vez, a direita se adapta ao discurso religioso e o utiliza como parte de suas estratégias de poder.
Essa tensão entre uma esquerda que nega Deus e uma direita que pretende usar o nome de Deus foi prevista por Daniel, profeta e também estadista. As visões relatadas nos capítulos 2, 7 e 8, de seu livro, têm o foco no “tempo do fim”, quando o poder perseguidor dos “santos” emerge mais uma vez, mas só para ser destruído com a chegada do reino de Deus. O profeta diz que o reino de Deus “esmiuçará e consumirá todos estes reinos” humanos (Dn 2:44), e que “o domínio, e a majestade dos reinos” serão dados aos “santos do Altíssimo” (7:27; ver 8:9-12).
Mas, onde está a esquerda e a direita na profecia?
As profecias apocalípticas se desdobram em quadros paralelos, os quais acrescentam novos detalhes ao tema já abordado. Tratando do mesmo “tempo do fim”, a visão de Daniel 11 descreve um conflito prolongado entre o chamado “rei do Norte” e o “rei do Sul” (v. 40-45), no qual o Norte prevalece sobre o Sul, pouco antes de investir contra o “glorioso monte santo”, ou seja, os mesmos “santos” das visões de Daniel 7 e 8. As expressões “monte santo” e “monte Sião” frequentemente indicam o santuário e o povo de Deus (Ez 20:40; 28:14; Dn 9:16, 20).
O perseguidor dos “santos”, de acordo com Daniel 7 e 8, é o “chifre pequeno”, símbolo do papado. Ele muda a lei de Deus, persegue os que permanecem fiéis às Escrituras e pretende tomar o lugar de Deus na Terra (Dn 7:8, 21, 25; 8:9-12). Entretanto, antes de perseguir os santos, no tempo do fim, o “chifre pequeno”, que é o mesmo “rei do Norte” (Dn 11:31, 36, 37), terá de suprimir o “rei do Sul”. Mas, no clímax da investida contra o “monte santo”, o tal “rei do Norte” será derrotado (11:45; ver 8:25). Os “rumores do Oriente” que o perturbam são as claras evidências da chegada do reino de Deus com a volta de Cristo (11:44; 8:13, 22).
Da perspectiva de Israel, o Norte era a posição de Babilônia e o Sul, a do Egito. Na Bíblia, frequentemente o Norte representa aquele que deseja estar em lugar de Deus. Lúcifer desejava subir ao “céu”, exaltar seu trono “nas extremidades do Norte” e ser “semelhante ao Altíssimo” (Is 14:13, 14). Babilônia é referida como o poder do “Norte” que derrama “o mal sobre todos os habitantes da terra” (Jr 1:13-16; 6:22, 23). O rei de Babilônia teve a arrogância de desafiar a Deus (Dn 3:15; 4:24, 25). Daniel afirma que o “chifre pequeno” provém do Norte (Dn 8:9). No Apocalipse, o poder que se levanta contra os fiéis de Deus no tempo do fim é retratado como “besta” ou “Babilônia” (Ap 13:1, 7; 14:8; 17:5; 18:2, 10, 21).
Se o “rei do Norte” é o mesmo “chifre pequeno”, que é o papado em sua investida contra os “santos”, quem é o “rei do Sul” que será suprimido antes da perseguição aos “santos do Altíssimo”?
Jacques Doukhan, em seu livro Secrets of Daniel, comentando Daniel 11, diz que o Sul simboliza, na tradição bíblica, “o poder humano sem Deus”. O Sul aponta para o Egito (Dn 11:43), especialmente para o orgulhoso faraó: “Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor” (Êx 5:2). Uma aliança de Israel com o Egito seria um deslocamento da fé, uma troca de Deus pela humanidade, ou seja, a fé na humanidade substituindo a fé em Deus. Isaías diz: “Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, … mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor! … Pois os egípcios são homens e não deuses” (Is 31:1-3).
Assim, no conflito protagonizado pelo Norte e o Sul, nessa visão de Daniel 11, “o Norte representa o poder religioso” que pretende ocupar o lugar de Deus, o poder do estado perseguidor dos “santos”; e o “Sul representa os esforços humanos que rejeitam Deus e têm fé apenas na humanidade”, ou seja, os poderes seculares fundados nas ideologias ateísticas e materialistas (Secrets of Daniel, p. 173). Nesse caso, as ideologias de esquerda e seus estados socialistas são aqui retratados com a figura do Egito e do Sul.
Assim, Daniel previu um conflito prolongado, no tempo do fim, entre o poder político-religioso e o poder ateísta e materialista. Ele visualizou a resistência do poder materialista, mas profetizou que este último terminaria sendo suplantado.
O Apocalipse não dá esses detalhes do conflito providos pelo estadista Daniel. João visualizou o momento posterior em que todos os que “habitam sobre a terra” (Ap 13:14) e os “reis do mundo inteiro” serão envolvidos pelo poder da Babilônia, no Armagedom (16:14, 16).
Essa profecia de Daniel 11 é extremamente significativa diante da nova configuração geopolítica do mundo desde a queda do muro de Berlim. Os poderes políticos capitalistas, unidos ao poder religioso cristão desviado da verdade bíblica, conseguiram desorganizar o estado comunista e materialista europeu no fim da Guerra Fria. Nos anos 1990, o poder americano despontou como a única potência global, deixando em seu rastro as ideologias de esquerda em completa confusão. O Norte se sobrepôs ao Sul.
No desfecho desse conflito que resultou na queda do comunismo no Leste europeu, os Estados Unidos tiveram um decisivo aliado: o papa João Paulo II, que conseguiu restaurar a influência religiosa do Vaticano no mundo. Isso é o que contam os jornalistas Carl Bernstein e Marco Politi, no livro Sua Santidade: João Paulo II e a História Oculta do Nosso Tempo (Objetiva, 1996).
Nesta década, a segunda etapa de desorganização das ideologias e dos regimes de esquerda, incluindo os da América do Sul, aponta para o crescente poder do “rei do Norte”. Segundo a profecia, sua agenda prevê investidas iminentes contra o “monte santo de Deus”. Esta será a última batalha do “rei do Norte”, na qual, porém, será completamente derrotado. O Apocalipse prevê a dramática queda da confederação da Babilônia, que é o mesmo “rei do Norte” (Ap 18:1-8).
Daniel garante que Deus se levantará em defesa de seu povo, e o fim chegará para o opressor, e “não haverá quem o socorra” (Dn 11:45).
AUTOR: VANDERLEI DORNELES, pastor e jornalista, é doutor em Ciências pela Escola de Comunicação e Artes (USP), onde defendeu tese sobre os aspectos mitológicos da cultura norte-americana. Autor dos livros O Último Império e Pelo Sangue do Cordeiro, entre outros, atua como redator-chefe associado na CPB
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Quem é o oitavo rei da profecia?

Artigo publicado na Revista Adventista de outubro de 2015
O-Oitavo-Rei
Nos anos recentes, os símbolos de Apocalipse 17 têm desafiado os intérpretes. A multiplicidade de interpretações, incluindo as de Ranko Stefanovic, Jon Paulien e Ekkehardt Müeller, reflete a complexidade da visão.
As interpretações que identificam a besta escarlate com Roma papal (Ap 13:1) ou o diabo esbarram num problema claro: por fim (Ap 17:16), a besta escarlate odeia e destrói a meretriz. Nesse caso, o papado ou o diabo se levantariam contra si mesmos.
Ver a figura da besta de sete cabeças a partir do contexto do Antigo Testamento pode nos ajudar a entender o enigma. Além disso, a pressuposição de que Apocalipse 12, 13 e 17 são visões paralelas deve ser levada em conta. Nos três capítulos, João descreve um símbolo comum: uma fera de sete cabeças e dez chifres que se reconfigura a cada nova visão.
A BESTA NO ANTIGO TESTAMENTO
João emprega a palavra grega therion (“besta”) 38 vezes. O termo é usado pela versão grega do Antigo Testamento para traduzir o hebraico chay, que se refere a animais e feras (ver Gn 1:24; Sl 49:10).
Entretanto, a palavra therion também é usada como metáfora em profecia. Ezequiel diz que, no cativeiro, as “ovelhas” de Israel foram “espalhadas” e se tornaram “pasto para as feras [theria] do campo” (Ez 34:5). Prevendo a restauração, ele diz que Deus as congregaria “dos diversos países” (v. 13) e acabaria com “a besta ruim [therion] da terra” (v. 25, ARC). Então, garante: “E saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar as varas do jugo e as livrar das mãos dos que as escravizam. Já não servirão de rapina aos gentios, e a besta-fera da terra nunca mais as comerá” (v. 27, 28, ARC).
Assim, Ezequiel se refere às nações que escravizavam Israel com a metáfora da “besta”. O fim de cativeiro, quando Deus quebrasse o “jugo” de servidão, resultaria na destruição da “besta”.
Isaías também profetizou o fim do cativeiro com linguagem paralela: “Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, […] de Sinar [Babilônia]” (Is 11:11, 12; cf. Mq 7:12). Nessas profecias, therion é uma metáfora para o Egito, Assíria e Babilônia, os inimigos que impuseram o cativeiro ao povo da aliança. A palavra therion também é usada para os quatro animais de Daniel 7.
Assim, o Antigo Testamento oferece um pano de fundo para a figura da “besta” vista por João.
Além da palavra therion, João empregou 13 vezes o substantivo grego drákon, “dragão”, e quatro vezesophis, “serpente”, em referência aos inimigos de Deus.
Curiosamente, a metáfora do dragão também é usada em referência ao Egito e Babilônia. Falando do êxodo, o salmista afirmou: “Tu dividiste o mar pela tua força; quebrantaste a cabeça dos monstros das águas. Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã” (Sl 74:13, 14). O salmista empregou de forma intercambiável os termos hebraicos tannyin e livyathan (drákon na Septuaginta) em referência ao Egito.
Nos versos 13 e 14, ele usou a palavra hebraica ro’sh, “cabeças”. O fato de as cabeças do monstro serem quebradas pelo Senhor faz lembrar a promessa de que o Filho da mulher “esmagaria” a cabeça da “serpente”, do hebraico nachash (Gn 3:15; ophis na Septuaginta).
Isaías e Ezequiel também se referiram ao Egito com a figura do tannyin, ou “dragão” (Is 51:9, 10; Ez 29:3; 32:2). Jeremias chamou Babilônia de tannyin (drákon na Septuaginta), o qual esmagou Judá (Jr 51:34, 36, 37).
Isaías visualizava o fim do cativeiro em termos do “dia do Senhor” (Is 2:12; 10:20; 11:11; 34:8), quando “o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o dragão, serpente veloz, e o dragão, serpente sinuosa, e matará o monstro que está no mar” (Is 27:1). Aqui, livyathan e tannyin (drákon na Septuaginta) são interpretados como a “serpente”, que é nachash (ophis na Septuaginta), termos gregos empregados por João.
Por que o dragão ainda seria destruído pelo Senhor, se no êxodo ele já havia quebrado suas cabeças? A explicação do anjo de que cada cabeça da besta é um “rei” (Ap 17:9) indica que a besta de sete cabeças é uma entidade que tem sete ou oito vidas. Cada vez que Deus quebra um poder temporal que oprime seu povo, isso equivale à queda de um dos sete ou oito reis principais. Isso ocorre, portanto, diversas vezes ao longo do grande conflito. Jon Paulien afirma que “a imagem de uma besta de sete cabeças representa uma besta que vive, morre e torna a viver sete ou oito vezes”.
Assim, a figura descrita por João como um dragão ou uma besta de sete cabeças parece ser uma reprodução de theriontannin e livyathan bem como de ophis (a serpente) do Antigo Testamento.
SETE IMPÉRIOS
Nessa perspectiva, os profetas proveem a identificação das primeiras entidades referidas pelo anjo: Egito, Assíria e Babilônia. Daniel ampliou essa lista ao acrescentar, após Babilônia, a Pérsia, Grécia e Roma como poderes opressores do povo da aliança (Dn 7:3-7, 11, 17, 19, 23; 8:4). O Apocalipse, por sua vez, retrata com a imagem do dragão (Ap 12) o império romano, e com a figura da besta (Ap 13) o império dos papas. Nesse caso, resta o oitavo rei a ser identificado.
A fera de sete cabeças era uma figura mitológica. “Na mitologia cananeia, ‘leviatã’ era uma serpente de sete cabeças que lutava contra os deuses e as forças do bem”, lemos no Comentário Bíblico Adventista (v. 4, p. 206). Ao empregar a imagem, os profetas não estavam endossando a mitologia dualista e maniqueísta. Na verdade, eles “desmitologizaram os mitos do monstro marinho ao retratar a vitória do Deus de Israel sobre as forças demoníacas do mal que em diversas manifestações tentavam destruir o povo de Deus”, diz Alan F. Johnson no volume Revelation (p. 524), do Expositor’s Bible Commentary.
João viu que a meretriz estava “montada” na besta escarlate (Ap 17:3) e “sentada” nos “sete montes”, que são os sete impérios (Ap 17:9). O verbo grego usado nesses versículos é kathemai, que implica domínio e governo. Esse verbo foi usado por João 14 vezes em referência a Deus e a Cristo, que se assentam no trono celestial (ver Ap 4:2, 3; 5:1; 7:10, 19:4, 21:5). A meretriz estava “sentada como rainha” (Ap 18:7), naturalmente no trono dos reis/impérios. A besta escarlate não ostenta diademas, o que sugere que o poder dos sete reis, no momento enfocado na visão, é exercido pela mulher.
Assim, sete reis/impérios “carregaram” a mulher ao longo da história, dando suporte à religião falsa. A meretriz é acusada do sangue de “santos, apóstolos e profetas” (Ap 18:20). Entretanto, o poder empregado contra esses mártires não é da mulher, mas da besta ou dos reis sobre quem ela domina.
Apesar de o dragão e as bestas terem sete cabeças que representam sete impérios, o anjo afirmou que um oitavo “rei” é previsto, como se implantado tardiamente na besta. “A besta que era e não é, também é ele o oitavo rei, e procede dos sete” (Ap 17:11).
O sentido pode ser de que a besta seja cada uma das sete cabeças/reis, mas é também um oitavo rei. Interpretar que a própria besta seja o oitavo rei (ver Ap 17:11, NVI) deixaria sugerido que ela não é cada um dos sete reis anteriores. Isso implica separar a besta de suas próprias cabeças.
Sendo que o adjetivo ogdoós (oitavo) é masculino, ele pode ser relacionado aos “reis” (grego basileus, plural masculino). Nesse caso, seria mais natural ver o “oitavo” como mais um rei/império histórico do que como a própria besta, cujo gênero é neutro (Ap 17:10, 11). Além disso, a besta não pode “proceder” dos impérios nem ser “um” deles, já que ela é maior do que eles.
O fato de o anjo dizer que cinco reis já haviam caído, um existia e outros dois ainda viriam (v. 10) sugere uma relação consecutiva e de semelhança entre os oito reis.
Se o oitavo rei é semelhante aos sete anteriores e sobre ele também a mulher estará montada, esse deve ser também um poder político-militar. Como o último poder histórico a “carregar” a meretriz, ele precisa ser capaz de formular decretos e perseguir os dissidentes da religião falsa em nível global. Assim, no clímax do conflito, a meretriz deverá encontrar outro rei/império com o qual também manterá a mesma relação de prostituição espiritual (Ap 17:2; 18:3).
O OITAVO REI
Quem seria o oitavo império a dar suporte à religião falsa, no contexto do fim, quando uma nova união de Igreja e Estado criará um regime de intolerância?
As visões paralelas “recapitulam e ampliam o assunto já apresentado”, acrescentando “detalhes ausentes no relato anterior”, como explica William Johnsson no Tratado de Teologia Adventista (p. 886, 887). Se as visões do dragão e das duas bestas (Ap 12, 13 e 17) são paralelas assim como Daniel 2, 7 e 8, então elas devem cobrir em linhas gerais o mesmo período histórico, com as mesmas entidades, sendo visões cumulativas e interdependentes.
Nesse caso, em Apocalipse 12, a visão trata do conflito entre Cristo e Satanás desde a cruz até a crise final, com a perseguição do remanescente. Mas há um foco específico, em que o dragão é símbolo do império romano; ou seja, o destaque seria a atuação da sexta cabeça. Em Apocalipse 13:1-10, o período histórico enfocado é a Idade Média, com a atuação da sétima cabeça, que altera a lei de Deus (ver Ap 13:10; 14:12). Quando essa cabeça é ferida, a besta cessa de atuar (13:3). Em Apocalipse 17, com a mulher montada na besta escarlate, o foco parece ser a relação entre Igreja e Estado, e o contexto histórico específico seria o clímax escatológico, com a atuação do oitavo rei.
Dispondo as visões em paralelo, quanto às entidades representadas pelo dragão e as bestas, temos a seguinte configuração:
Apocalipse 12: O dragão persegue a mulher pura e Cristo (v. 4); nisso, ele representa especificamente Roma imperial. Mas ele também persegue a mulher por 1.260 anos (12:6, 14) e, assim, representa também Roma papal. No tempo do fim, ele persegue o remanescente (12:17); e, nisso, representa ainda a mesma a besta de dois chifres (13:15-17).
Apocalipse 13: A besta recebe o trono do dragão (Ap 13:2), isto é, ela sucede Roma imperial, e persegue os santos por 1.260 anos (13:5); assim, ela representa Roma papal. Mas, no fim do tempo, ela ganha um aliado, a besta de dois chifres que emerge da “terra” (13:11), onde a mulher pura fora socorrida após os 1.260 anos (12:16). Assim, esta segunda besta representa um poder político do Novo Mundo que apoiará a primeira em perseguir os que não têm a marca da besta. Nessa aliança entre as duas bestas, elas passam a representar a mesma entidade já retratada nas ações do dragão contra o remanescente (12:17).
Apocalipse 17: A besta escarlate (v. 9-10) representa cinco impérios já caídos no tempo de João, o que existia (Roma imperial) e o sétimo que ainda viria (Roma papal). Entretanto, ela também representa um oitavo (v. 8), um último poder consecutivo aos sete anteriores, sobre o qual a meretriz estará montada na crise final. Nisso, ela pode representar o mesmo poder retratado pela besta de dois chifres.
COOPERAÇÃO
Uma relação de cooperação é destacada entre os dois últimos reis. No clímax do conflito, a besta de dois chifres faz uma imagem à primeira besta e restaura sua ferida (13:14); nisso, a segunda besta se coloca a serviço da primeira. A besta escarlate “carrega” (17:7) a meretriz na qual esta está “montada” (v. 3). A besta de dois chifres lidera os que “habitam na terra” (13:14) ou os “reis do mundo inteiro” (16:14) contra Deus e seu povo no Armagedom. A besta escarlate lidera os “reis” da Terra em sua investida contra o Cordeiro na peleja final (17:14).
Assim, nesses cenários, é prevista uma coalizão de poderes seculares, a serem liderados, segundo o cenário de Apocalipse 13, pela besta de dois chifres e, segundo Apocalipse 17, pela besta escarlate na fase do oitavo rei.
O oitavo rei, portanto, deverá ser um aliado do sétimo em prover o poder político-militar que este perdeu no fim da Idade Média. João diz que a segunda besta “faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta” (Ap 13:12). Assim, uma relação de cooperação entre os dois últimos reis já estava estabelecida em Apocalipse 13. Tal relação é possível pela união da Igreja com o Estado. Essa união é representada em Apocalipse 13 pela cooperação entre a besta de dois chifres e a primeira besta, e em Apocalipse 17 pela mulher (poder religioso) montada na besta (poder político-militar).
Ao descrever a segunda besta, João disse ter visto “outra besta emergir da terra” (Ap 13:11). Apesar de uma parecer leopardo e a outra cordeiro, ele não usa o adjetivo heterós (“outro”, mas diferente). De fato, a segunda besta é a única que repete o fenômeno observado na sétima cabeça: a união de Igreja e Estado, sendo ela mesma definida em termos de uma “imagem da besta”. Assim, a expressão usada por João, allo therion (13:11), indica que a segunda besta é da mesma natureza da primeira.
Sendo que as cabeças da besta escarlate de Apocalipse 17 representam sete reis/impérios mundiais (Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma e Roma papal), o oitavo rei pode ser, portanto, o mesmo poder representado pela besta de dois chifres em Apocalipse 13:11.
O anjo diz que a besta escarlate (poder político-militar), apoiada pelos dez reis, por fim, destruirá a meretriz (poder religioso). No desfecho do conflito, a proclamação final das três mensagens angélicas no alto clamor (Ap 14:6-10; 18:1-3) provocará o desmascaramento da meretriz e contribuirá para sua queda, cujo clímax se dará na sexta praga (ver Ap 16:12; 17:15).
Assim, as nações outrora unidas em favor da Babilônia não só deixarão de apoiá-la, mas se voltarão contra ela para destruí-la (17:16). Dentre as nações seduzidas pela meretriz, a mais forte é aquela representada pela besta de dois chifres, que lidera toda a coalizão política do fim do tempo. Esse poder político-militar parece preencher os requisitos do “oitavo rei”.
A despeito da tribulação resultante da emergência desse poder, a profecia garante que os “eleitos e fiéis” vencerão juntamente com o Cordeiro (Ap 17:14).
Esse quadro bíblico permite, assim, ter uma visão mais clara desses símbolos do Apocalipse.
AUTOR: VANDERLEI DORNELES, pastor e jornalista, é doutor em Ciências pela Escola de Comunicação e Artes (USP), onde defendeu tese sobre os aspectos mitológicos da cultura norte-americana. Autor dos livros O Último Império e Pelo Sangue do Cordeiro, entre outros, atua como redator-chefe associado na CPB
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sábado, 9 de junho de 2018

O que a Bíblia, a psiquiatria e a genética dizem sobre a homossexualidade?

Programa feito no dia 29/05/2018 pela Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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Sobre o Autor:

Jair Gomes Silva é aluno do curso de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia. Tem grande interece pela área da teologia histórica. Ama fazer evangelismos e ganhar almas para Cristo.