"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" - Jo 8:32

domingo, 21 de outubro de 2018

Como sabemos como eram os dinossauros ?


Se fosse possível isolar artistas em uma sala privada do resto do mundo e pedir para que representassem graficamente animais que existem baseados em partes dos seus esqueletos, que resultado teríamos? Como será que representariam animais como rãs, alces, cangurus ou até mesmos tartarugas? Será que acertariam os aspectos ímpares dos camelos, ou de cabras alpinistas, ou de leões marinhos gigantes? Por meio da paleoarte os artistas misturam diversas técnicas artísticas, como a escultura e a pintura, com a paleontologia, de forma a dar vida a animais de um mundo "pré-histórico" que, de outra forma, permaneceriam abstratos demais para os leigos, existindo apenas na imaginação dos cientistas que os estudam. 


Desenho inspirado em animais contemporâneos

As réplicas e ilustrações são construídas a partir de ossos que geralmente têm marcas que indicam onde havia a inserção de músculos e ligamentos. Montando o esqueleto chega-se mais ou menos a uma semelhança de como era a musculatura do animal. O problema é que raramente o esqueleto está completo. Dessa forma, os paleoartistas utilizam-se de esqueletos de bichos semelhantes para completar por comparação o animal. A pele é reconstituída com os registros fósseis e então comparada com alguns animais atuais, como répteis que têm o mesmo padrão de pele. Finalmente é feita a coloração, por meio da dedução do ambiente onde o bicho viveu. 


Por meio de pinturas em cavernas, conseguimos identificar
que mamutes tinham uma corcova para reserva de gordura semelhante à dos camelos

Apesar de termos muitas informações para a reconstrução de como eram os animais "pré-históricos", muitas lacunas ainda permanecem e muitos erros estão sendo corrigidos à medida que as descobertas paleontológicas se sucedem. O artista de Istambul CM Kosemen, que sempre teve um interesse especial por dinossauros, diz que muitas ilustrações de dinossauros podem estar sem detalhes que o tornariam com características únicas. Kosemen diz: "Nosso mundo é cheio de animais únicos que possuem corpos gordurosos e agachados, com todos os tipos de características de tecido mole que provavelmente não sobreviveram em fósseis, como bolsas, barbilhões ou retalhos de pele. Pode até haver formas que ninguém imaginou."



Elefantes, zebras e rinocerontes pareceriam bem diferentes se
fossem interpretados da mesma maneira que os dinossauros

Por exemplo, havia dinossauros comedores de plantas que tinham armaduras de pangolim ou armaduras que não eram preservadas no fóssil. Também poderia haver dinossauros com penas de porco-espinho. Raramente vemos esse tipo de variação nas representações dos dinossauros. De muitas maneiras, há uma certa uniformidade na maneira como pensamos nos dinossauros, o que cria alguns vícios de imagem nos desenhos atuais. Um de seus principais pontos de discórdia é o modo como consideramos cabeças de dinossauros. A referência sempre foi crocodilos e a coisa mais importante são os dentes e a gordura facial. Eles sempre têm um sorriso estranho com apenas alguns dentes visíveis. A maioria dos animais tem lábios, gengivas e pedaços de gordura facial que alteram o perfil da cabeça e cobrem os dentes. Mas em muitas ilustrações de dinossauros predatórios, esses detalhes geralmente estão faltando, fazendo com que pareçam com aspecto agressivo e feroz.


Cabeças de dinossauros: dentes e músculos são inspirados, na
maioria das vezes, em répteis como o crocodilo

Alguns fósseis mostram sinais de pelos, o que, segundo Kosemen, pode levar artistas a ilustrar suas criaturas com pelos apenas nas partes em que foram encontradas em um fóssil. No entanto, é possível que alguns dinossauros tivessem muito mais pelos do que geralmente é mostrado. "Imagine se você encontrasse um guaxinim, e apenas metade da cauda estivesse coberta de pelos; então você leva isso para uma reconstrução viva." 


Como um esqueleto de babuíno poderia ser interpretado pelos futuros paleoartistas

Um problema semelhante ocorre com a tendência relativamente recente de dar penas aos dinossauros. Embora seja uma boa maneira de adicionar um pouco de cor e talento a uma ilustração, a localização e a extensão das penas de dinossauro geralmente se baseiam mais na fantasia do que em qualquer realidade passada. Sobre isso Kosemen diz: "Temos penas de asa cheia em erupção de lugares distintos na cabeça. Ou coisas como um dinossauro de raptor pulando como um ninja e suas penas estão saindo de seus cotovelos ou articulações do joelho ou aquelas coisas estranhas."


Ilustração de um hipopótamo baseada em seu esqueleto

Há também a prática em que um artista transfere a paleta de cores das penas de um pássaro vivo para um dinossauro. Dada a diversidade e as colorações únicas que pertencem a variedades únicas de aves, é improvável que qualquer dinossauro compartilhasse os mesmos matizes. As penas da cabeça de um pato-real só existem uma vez na natureza. Não há como, no mundo, a roupa de um pássaro ser replicada em um dinossauro no passado.


Cisnes ilustrados como se fossem dinossauros sem penas

Outro problema está na área da proporção. Há uma tendência de exagerar a cabeça e as garras dos dinossauros. Certamente muitos dinossauros tinham grandes garras e temíveis cabeças, mas em muitas fotos parecem ser quase um cartoon. Claro que o desenhista usa de sua "licença artística" para tornar o desenho mais "comercial" e mais atrativo. Afinal, dinossauros são legais. Mas sempre temos que ter um pé atrás com essas representações. Como vimos, estamos sujeitos a erros e não temos todos os elementos desse quebra-cabeça. Quem sabe, um dia conheceremos esses maravilhosos animais e enfim saberemos de fato como eles eram...

(Alex Kretzschmar, Onze de Gênesis)
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Sobre o Autor:

Jair Gomes Silva é aluno do curso de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia. Tem grande interece pela área da teologia histórica. Ama fazer evangelismos e ganhar almas para Cristo.