"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" - Jo 8:32

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

ESTE DIA COM DEUS #DIA14


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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

ESTE DIA COM DEUS #DIA13


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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Pr. Bullón - Só Deus pode mudar a tua vida


Pastor Alejandro Bullón pregando o sermão "Só Deus pode mudar a tua vida" na igreja central de Brasília.

Uma das coisas mais difíceis é a mudança do caráter que só Deus pode mudar. Quando você está em Cristo, tudo muda na sua vida.




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terça-feira, 27 de novembro de 2018

Natal e Papai Noel: o real significado para os cristãos

Artigo reproduzido na integra do blog Nisto Cremos


Texto: "Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Podero­so, Pai Eterno, Príncipe da Paz". Isaías 9:6

O significado do Natal atualmente está mais fundamentado em misticismo e oportunidades de lucros. Árvores de natal, anjinhos (não existem anjinhos), papai noel, girlandas, sinos, velas, gulodices e bebedices são dentre muitas coisas os símbolos do natal.

Numa propaganda de perfume foi afirmado: “a essência do natal é o perfume, mas não se esqueça de rezar!” Os valores estão invertidos e está na cara que o que mais interessa no natal para a maioria são os prazeres resultantes do dinheiro.

Entre as crianças e adolescentes, para não dizer os adultos, a questão é: o que você vai ganhar de Natal? Daí entra em cena o papai Noel (e hoje até a mamãe Noel). Cartinhas são escritas e o pai esconde o presente no dia de natal. Os presentes não são ruins, nem a imagem ou o personagem do papai noel, mas a mentira que às vezes envolve o natal. Um dia a criança cresce e descobre que papai Noel não existe (do jeito que é divulgado) e tudo foi fantasia, até o Deus que lhe foi ensinado.

Como comemorar o natal corretamente? Qual o real significado do natal para os cristãos? Por que 25 de dezembro? Quem foi o verdadeiro papai noel? E os Presentes?

I – 25 de dezembro

A verdade é que não sabemos o dia do nascimento de Jesus, mas sabemos que não é dia 25. 

Mateus 2:1: Jesus nasceu antes da morte de Herodes e segundo os estudiosos, Ele deve ter nascido nos primeiros meses do ano. É interessante que os cristãos que viveram perto da era apostólica comemoravam “ora dia 6 de janeiro, ora 25 de março.” Enciclopédia Barsa.

II – Por que 25 de Dezembro?

Essa data foi fixada no ano 440, mas o primeiro natal foi em 325, em Roma. O objetivo era “cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa mitraica (religião persa que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos); que celebrava o natalis invicti solis (nascimento vitorioso do sol)”. Enciclopédia Barsa.

Portanto, 25 de dezembro é o dia do nascimento do deus Sol, deus mitra.

III – Árvore de Natal

De “origem germânica, datando do tempo de São Bonifácio. Foi adotada para substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odim, adorando-se uma árvore, em homenagem ao deus menino.” Enciclopédia Barsa.

IV – qual deve ser a nossa posição sobre essas coisas sabendo de sua origem?

1- Moderação: Nem condenar por completo os festejos natalinos, mas também não torná-los a ênfase do Natal.

2- Não colocar os presentes e as comidas como o fator principal e sim ofertar recursos para a causa de Deus.

3 – Cuidado com o consumismo: temos facilidade para gastar 50, 100, 1000 reais com presentes e festas, de acordo com as posses de cada um, mas QUANTO VOCÊ VAI OFERTAR PARA DEUS? 

4 – Nunca mentir sobre Papai Noel, mas focalizar a bondade e o amor cristão.

Conselhos de E.G. W:

5 – Não devemos condenar a árvore de natal em si, mas usar os aparatos natalinos voltados a uma boa causa: Ex. colocar uma oferta especial na árvore de Natal; fazer uma limpeza no guarda-roupas para doar aos pobres.

O Lar Adventista, pág. 482 no tópico “Árvore de Natal com Ofertas Missionárias não é Pecado" afirma: "Não devem os pais adotar a posição de que uma árvore de Natal posta na igreja para alegrar os alunos da Escola Sabatina seja pecado, pois pode ela ser uma grande bênção. Ponde-lhes diante do espírito objetos benevolentes.”

6- Promover união familiar, irmãos na fé, e focalizar a Cristo.

7- Usar o contexto do Natal para pregar a Cristo e fazer boas obras.

Gálatas 6:10 : "Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé".

Conclusão: Seja criativo para fazer do natal um bênção familiar e cristã. Em Tiago 1:27 temos o que é a verdadeira religião e o que deveria ser a verdadeira essência do natal: "Para Deus, o Pai, a religião pura e verdadeira é esta: ajudar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e não se manchar com as coisas más deste mundo". (NTLH).

Agora você vai conhecer o verdadeiro Papai Noel e é uma excelente história de natal para você contar para seus filhos e ensinar para seus alunos e irmãos de fé:

Papai Noel, Santa Claus, Saint Nicholas, Peres Noel, Father Christmas, etc são nomes do Papai Noel. Vou contar a história verdadeira dele.

Em 300 d.C. viveu um garoto chamado Nicolas. Ele morava num pequeno país da Ásia Menor, chamado Lícia (Paulo já pregou em Lícia). Os pais de Nicolas, muito ricos, morreram quando ele tinha 9 anos. Em vez de ficar infeliz, decidiu ajudar às crianças órfãs pobres.

Ele arrumava maneiras criativas de dar seus presentes, e de preferência à noite. O anonimato era para as pessoas darem glórias a Deus. 

Quando era adolescente ficou sabendo que um homem pobre tinha 3 filhas, e não tinha dinheiro para o dote delas, que era dado pelo pai da noiva ao noivo. Uma das irmãs resolveu se doar como escrava para pagar o casamento das outras irmãs. Nicolas soube da história e  então pegou o dinheiro que aquela família precisava e colocou dentro de uma sacola e jogou pela janela da casa.

E assim Nicolas ajudava as pessoas. Ele se tornou um bispo e vestia roupas vermelhas, como as da figura do papai noel que conhecemos hoje. Depois da morte de Nicolas, as pessoas resolveram imitar suas boas obras e dá presentes aos pobres.

Tenho certeza que Jesus ficaria muito feliz se como cristãos pudéssemos imitar Nicolas fazendo boas obras e ajudando as pessoas carentes neste natal. Mutirões, campanhas de brinquedos e ações pessoais para caridade revelam o verdadeiro sentido do natal.



Pr. Yuri Ravem 
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O Adventista e o Natal: Como Comemorar esta Data?

Artigo reproduzido na integra do blog Nisto Cremos

O significado do Natal atualmente está mais fundamentado em misticismo e oportunidades de lucros. Árvores de natal, anjinhos (não existem anjinhos), papai noel, girlandas, sinos, velas, gulodices e bebedices são dentre muitas os símbolos do natal. 

Numa propaganda de perfume foi afirmado: “a essência do natal é o perfume, mas não se esqueça de rezar.”

Os valores estão invertidos, e está na cara que o que mais interessa no natal para a maioria são os prazeres resultantes do dinheiro.

Entre as crianças e adolescentes, para não dizer os adultos, a questão é: o que você vai ganhar de Natal? Daí entra o papai Noel (e hoje até a mamãe Noel). Cartinhas são escritas e o pai esconde o presente no dia de natal.

Os presentes não são ruins, mas a mentira que às vezes envolve o natal. Um dia a criança cresce e descobre que papai Noel não existe, e tudo foi fantasia, até o Deus que lhe foi ensinado, pode concluir uma criança mal orientada!

Como comemorar o natal corretamente? Qual o real significado do natal para os cristãos? Por que 25 de dezembro? Papai noel? Presentes?

I – 25 de dezembro

A verdade é que não sabemos o dia do nascimento de Jesus, mas sabemos que não é dia 25.

Segundo o texto de Mateus 2:1, Jesus nasceu antes da morte de Herodes. De acordo com os historiadores, Ele deve ter nascido nos primeiros meses do ano. É interessante que os cristãos que viveram perto da era apostólica comemoravam “ora dia 6 de janeiro, ora 25 de março” (Enciclopédia Barsa).

II – Por que 25 de Dezembro?

Essa data foi fixada no ano 440, mas o primeiro natal foi em 325, em Roma.

O objetivo era “cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa mitraica (religião persa que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos); que celebrava o natalis invicti solis (nascimento vitorioso do sol)”. (Enciclopédia Barsa).

25 de dezembro é o dia do nascimento do deus Sol, deus do mitraísmo.

Qual deve ser a nossa posição sobre essas coisas sabendo de sua origem?

1- Moderação: Nem condenar por completo os festejos natalinos, mas também não fazer deles a ênfase do Natal.

2- Não colocar os presentes e as comidas como o fator principal, e sim ofertar recursos para a causa de Deus.

3 – Cuidado com o consumismo: temos facilidade para gastar 50, 100, 1000 reais com presentes e festas, de acordo com as posses de cada um, mas quanto você vai ofertar para Deus?

4 – Nunca mentir sobre Papai Noel, mas focalizar a bondade e o amor cristão.

5 – Não devemos condenar a árvore de natal em si, mas usar os aparatos natalinos voltados a uma boa causa: Ex. colocar uma oferta especial na árvore de Natal; fazer uma limpeza no guarda-roupas para doar aos pobres.

O Lar Adventista, pág. 482: “Árvore de Natal com Ofertas Missionárias não é Pecado. Não devem os pais adotar a posição de que uma árvore de Natal posta na igreja para alegrar os alunos da Escola Sabatina seja pecado, pois pode ela ser uma grande bênção. Ponde-lhes diante do espírito objetos benevolentes.”

6- Promover união familiar, irmãos na fé, e focalizar a Cristo.

7- Usar o contexto do Natal para pregar a Cristo e fazer boas obras.
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SALMO 13 – ATÉ QUANDO, SENHOR?

Artigo reproduzido na integra do blog Nisto Cremos.



Este é um salmo de Davi, que clama a Deus: “Até quando?” É o salmo de uma alma desertada, aflita, angustiada porque julga que por algum problema muito sério, Deus Se afastou. Então, ele já está cansado de esperar e pergunta: “Até quando, Senhor?” A repetição quádrupla desta frase demonstra claramente o intenso sofrimento do escritor. Ele se sente perturbado pela aparente indiferença de Deus. Ele se sente abandonado por Deus na sua maior necessidade.

“Até quando, Senhor?” é a pergunta de almas angustiadas que sofrem e não podem vislumbrar uma perspectiva de alívio ao seu sofrimento. “Até quando, Senhor?” é a inquirição de pessoas que perderam o seu cônjuge e não encontram um novo amor com quem possam compartilhar tanta vida. “Até quando, Senhor?” é a pergunta de almas desconsoladas que não acham mais um resquício de esperança e consolo para suas aflições. “Até quando, Senhor?” é o desafio de almas perplexas, que não podem ver o tempo de Deus e
a Sua fantástica resposta.

I - PERPLEXIDADE

O salmista enfrentava uma tríplice perplexidade.

1- Perplexo com Deus: “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre?” Pode haver uma angústia maior do que esta: de julgar que Deus nos esqueceu? Que Deus nos abandonou? Que estamos condenados “para sempre” a viver sem Deus? “Sem ar, sem luz, sem razão”?, para usarmos as palavras de Castro Alves. E ele ainda completa a sua queixa, dizendo: “Até quando ocultarás de mim o rosto?”

Mas será que Deus pode Se esquecer de nós? Será que Ele nos abandona? Disse o apóstolo Paulo que não há, nem haverá, qualquer circunstância em todo o universo que nos possa separar do amor de Deus. Deus não se esquece de ninguém; não abandona a quem quer que seja. E foi o mesmo Paulo quem deu a razão: Se Deus enviou a Jesus Cristo para morrer por nós, se Ele foi capaz de fazer a coisa mais difícil, por que, depois de tudo, haveria de nos abandonar e nos esquecer à nossa própria sorte? Isso seria impossível! (Rm 8:31-39).

A verdade é bem outra: nós é que esquecemos de Deus, nós é que abandonamos a Deus, nós é que não O buscamos como a nossa prioridade, escolhemos fazer a nossa própria vontade, e nos encontramos em situações embaraçosas, difíceis. No entanto, muitas vezes, somos vítimas da fatalidade e jogamos a culpa em um Deus cheio de amor que já estava sabendo de tudo o que se passava conosco, e já estava tomando providências para nos ajudar.

Davi estava decepcionado com Deus, e colocou a culpa das circunstâncias que o afligiam na possível demora de Deus em tomar alguma providência salvadora. E julgou que Deus o abandonara, que se esquecera dele. Por acaso você já esteve decepcionado com Deus? Por acaso, você está fazendo as perguntas do salmista para Deus? “Senhor, por que Te esqueceste de mim? Não vês a minha angústia? Não sabes de minha aflição? Por que não posso sentir o Teu rosto perto de mim? Será que me abandonaste por causa de meus pecados?” Estes eram os sentimentos de Davi.

2- Perplexo consigo mesmo: “Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?” Davi agora manifesta uma perplexidade consigo mesmo. Ele olha agora para dentro de si, e se vê em uma atitude estranha, lutando entre dois pensamentos, coxeando entre duas atitudes, relutando entre o certo e errado. O certo seria confiar em Deus e nunca desconfiar de Sua soberana vontade. O errado seria esperar que Ele agisse contrariamente à Sua sábia determinação e propósito. O certo seria esperar confiantemente, deixando as coisas acontecerem no tempo exato de Deus. O errado seria atropelar as coisas passando por alto a hora de Deus. O certo e o errado clamavam e lutavam por uma decisão sábia dentro de si mesmo.

A esperança e o desespero relutavam dentro daquele triste coração: “Se Deus me ungiu como rei de Israel, por que eu deveria passar por todas estas tribulações? O que eu fiz de errado para estar assim nesta situação aflitiva? Mas se Ele me ungiu, por que deveria estar preocupado?”

Você também está lutando e relutando com algumas coisas difíceis de resolver em sua vida? É muito duro suportar tristeza a cada dia que passa por algum sofrimento, alguma dor aguda, pela falta de um ente querido que se foi. É duro suportar a solidão porque o esposo abandonou a família, deixando a esposa e os filhos em uma profunda melancolia, perguntando-se: “Onde foi que eu errei? Até quando ficarei com essa tristeza em meu coração e com essas dúvidas que estão corroendo a minha vida e a minha felicidade?”
Por acaso você está relutando dentro de si mesmo por causa de algum problema financeiro? Algumas pessoas ficam angustiadas, fazem uma profunda análise dentro de si mesmas e perguntam: “Como posso estar nessa dificuldade toda, enquanto sou fiel a Deus nos dízimos e ofertas?” Há uma profunda tristeza, porque ficam decepcionados consigo mesmos em seu relacionamento com Deus. E podem perguntar como Davi fazia: “Até quando estarei relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?”

3- Perplexo com os outros. Os outros eram os seus inimigos. “Até quando se erguerá contra mim o meu inimigo?” Até quando  se exaltarão os meus adversários contra mim? Será que já não chega de tanta perseguição, sem que eu tivesse culpa alguma contra eles? Até quando durará a ação do inimigo sem que se faça coisa alguma?
Se este salmo se refere ao tempo das perseguições do rei Saul, junto aos seus oficiais, caçando a alma de Davi como se fazia com animais, então, ele deve ter pensado: “Se o meu inimigo é o ungido de Deus, por que ele haveria de perseguir o outro ungido de Deus?” Esta era a sua perplexidade com o seu inimigo.

Você tem algum inimigo particular? Está perplexo com ele? Está perguntando até quando esse inimigo vai lhe perseguir e falar contra a sua alma? Então, você deve conhecer a oração de Davi, que vamos analisar agora.

II - PETIÇÃO

O salmista fez um tríplice pedido:

1- Prece por atenção: “Atenta para mim, Senhor! (v. 3). Davi suplicava de Deus atenção. Astronomicamente falando, poderíamos  dizer que Ele tem tantos mundos, tantas estelas e galáxias para os quais dar atenção que seria difícil atender a uma só pessoa em apuros tão prontamente. Mas este não é problema para um Deus onisciente, onipresente e onipotente. Ele pode lhe dar atenção a qualquer hora do dia e a qualquer momento, e em cada segundo do dia ou da noite ou da madrugada! Muitos ainda estão em nosso mundo pedindo que Deus atente para eles. Mas você pode saber que Deus está atento para você, mesmo que muitas coisas estejam indo de mal a pior! Mesmo assim, a sua prece é necessária, a fim de ajudar a você se encontrar em comunhão com um Deus Todo-poderoso!

2- Prece por uma resposta: “Responde-me, Deus meu! (v. 3). Davi procura uma resposta, pelo menos um indício de uma palavra de Deus, indicando a Sua aprovação e certeza de que Ele tem o controle de todas as coisas que lhe acontecem. Muitas vezes, queremos uma resposta imediata de Deus após sofrer por algum tempo algumas coisas que julgamos serem injustas. Quantas almas em nosso mundo esperam por uma resposta de Deus! Quantas pessoas estão sofrendo injustamente! Quantos estão clamando ao Senhor: “Responde-me, Deus meu!” Você também está neste rol? Continue orando e suplicando por uma resposta divina. Isso indica que você está indo na direção certa e buscando Aquele que é invisível!

3- Prece por iluminação: “Ilumina-me os olhos” (v. 3). Este é um apelo positivo entre expressões negativas. Ter os olhos iluminados significa nesse ponto serem fortalecidos para a vida. Davi tinha uma sede de viver que também pode ser encontrada facilmente em nosso instinto de preservação da vida.
O salmista vê-se constrangido a clamar a Deus, não só porque lhe é doloroso julgar-se negligenciado por Deus mas também para que a morte não venha sobre si de uma forma tão inexorável como o seu próximo sono. 

Mas a sua oração tinha um tríplice propósito:

1- Segurança contra a morte: “para que eu não durma o sono da morte!” (v. 3). Davi temia a morte, como todo o ser humano normal. Ele desejava viver e não estava disposto a entregar-se a uma situação que o levasse à morte, prematuramente.
Mas é interessante que ao se revelar em favor da vida, ele nos ensina o que é a morte, em poucas palavras: “o sono da morte”. Há muita filosofia errônea em torno da morte, e com certa razão, porque os homens não podem saber o que é a morte, sem ter passado por essa experiência.

De fato, sem a sabedoria da inspiração divina, jamais poderíamos saber o que a morte significa. Mas, felizmente, a Bíblia nos ensina, em muitos lugares, o que é a morte: a morte é um sono, a morte é comparável ao sono. Assim disse Davi por inspiração do Espírito Santo; assim disseram os profetas, assim disseram os apóstolos, e assim disse o próprio Cristo.

Quando Lázaro havia morrido, Cristo falou para os discípulos: “11 Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. 12  Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. 13  Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. 14  Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu.” (Jo 11:11-14).

Estas palavras não podem ser mal interpretadas, estas palavras não podem ser mal compreendidas, não podem ser torcidas, porque são claras demais para que isso aconteça. Jesus Cristo confirmou a doutrina dos profetas inspirados pelo Espírito Santo: a morte para Deus é como um sono, sem sonhos e sem pesadelos, um sono sem consciência e com a esperança de ser desfeito na manhã da ressurreição, ou para a vida ou para a condenação da morte eterna, da qual não haverá mais ressurreição.

Um pastor viajava certa vez de São Paulo para Brasília. Ao seu lado, uma senhora idosa chorava em silêncio. Quando o avião levantou vôo, ele perguntou: "Está tudo bem?" "Não," ela respondeu, "está tudo mal. Estou indo a Brasília para enterrar o meu filho que morreu ontem num aciden¬te de trânsito." "Lamento muito, tudo vai passar." "Eu sei", ela respondeu. "Eu sei que a dor vai passar, mas pelo menos gostaria de ter certeza do destino do meu filho." Então, o pastor lhe deu uma resposta bíblica acerca do que acontece na morte.

Milhões de pessoas estão passando por uma grande angústia, porque não sabem onde estão os seus queridos mortos. Disse Davi que a morte é um sono. E, para confirmar essa declaração, disse o seu filho Salomão: “Os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma. ... Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol." (Ecl. 9:5 e 6).

A morte traz completa inconsciência, e uma esperança de ressurreição. Porque disse Cristo: “28  Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: 29  os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.”

Mas continuemos em nosso salmo 13. Davi está orando por segurança contra a morte. Agora, ele pede ainda por segurança.

2- Segurança contra o inimigo: “para que não diga o meu inimigo: Prevaleci contra ele” (v. 4). Era uma prece para que o inimigo de Davi não fosse triunfante sobre ele, e que não pudesse falar jactanciosamente que tinha prevalecido contra ele. Davi temia o seu inimigo e também receava da zombaria, do escárnio e do ridículo a que seria exposto, caso ele viesse a perecer nas mãos do seu principal inimigo.

Isso não parecia uma guerra em que ele pedia a vitória sobre os inimigos. Isso parecia mais uma perseguição de um poderoso inimigo que o perseguia sem que ele fosse culpado. Em outras palavras, Davi orava por libertação do seu inimigo particular. Este era um inimigo tão perverso que desejava a sua morte e ansiava o dia em que pudesse dizer: “Ele era duro de matar, mas agora, eu prevaleci contra ele.” Tudo indica que esse inimigo era o rei Saul. 

3- Segurança contra o desânimo: “[para que] não se regozijem os meus adversários, vindo eu a vacilar.” (v. 4). Davi desejava também uma fortaleza contra a instabilidade emocional. Ele temia vacilar diante da notícia de que os seus adversários estivessem se regozijando diante da sua desgraça e derrota, vindo ele a vacilar e desanimar. Ele sabia que o desânimo era cruel e poderia abater a sua estrutura emocional, e consequentemente a sua saúde física.

III - PERSEVERANÇA

“No tocante a mim” (v. 5). No que diz respeito a mim, de minha parte, eu farei isso e aquilo. Davi estava pensando em si mesmo, e isso era justo e necessário. Deus faz ou deixa de fazer certas coisas; o inimigo está me perseguindo; mas quanto a mim, eu tenho a minha parte a fazer, custe o que custar. Davi estava revelando um traço de perseverança inquebrantável. Ele era capaz de ver muita luz através das nuvens escuras e trevosas e perseverava corajosamente em direção da luz.

Assim também nós estamos enfrentando diariamente as investidas do nosso principal inimigo: “8 O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; 9  resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” (1Pe 5:8-9). Cada um de nós deve ser vitorioso a seu modo particular. Cada um deve saber como vencer. Se Satanás vem contra nós, como um leão, disse Pedro que devemos ser perseverantes, resistindo firmes em nossa fé.

Davi demonstra uma tríplice perseverança:

1- Perseverança na confiança: “Confio na tua graça” (v. 5). Muitos estudiosos gostariam que Davi tivesse dito: “Confio na Tua lei”, porque assim eles teriam um forte argumento a favor do Dispensacionalismo, que prega a Dispensação da Lei no Antigo Testamento e a Dispensação da Graça no Novo. Mas, graças a Deus que não existe tal doutrina. A graça sempre existiu desde que o pecado foi introduzido no mundo.

Disse Moisés, o grande legislador que recebeu a lei de Deus e a deu ao mundo, em seu salmo 90: “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus” (Sl 90:17). Disse o próprio Davi no salmo 6:4: “Senhor, ... salva-me por Tua graça!” E agora, ele reafirma a sua perseverança em confiar na graça de Deus, ao dizer: “Confio na tua graça”. (Sl 13:5). De fato, ele pregou a salvação pela graça.
Ele também nos deu um grande exemplo de perseverança na sua confiança, não nas obras humanas, mas na graça de Deus a qual é poderosa e salvadora. Quando todos os seus inimigos estavam a ponto de matá-lo, ele confessa a sua confiança na graça de Deus, embora não estivesse visualizando nenhuma perspectiva de salvação. Quando ele se sentia abandonado e esquecido por Deus (v. 1), quando se encontrava na dúvida e desconsolo (v. 2) e quando temia o seu inimigo (2), ainda assim, ele podia dizer: “Senhor, confio na Tua graça!” 

2- Perseverança na alegria: “Regozije-se o meu coração na tua salvação” (v. 5). Davi estava mesmo disposto a perseverar na alegria, embora a sua alma estivesse triste (v. 2). A primeira palavra pode ser traduzida no tempo presente, no tempo futuro ou como uma admoestação (como é o caso da versão Atualizada). De acordo com o contexto, parece mesmo que Davi faz uma admoestação para a sua própria alma. Ele se sentia triste internamente pelas suas tribulações, mas poderia se motivar por perseverar na alegria por causa da salvação em Deus.

De fato, a alegria, a felicidade e o regozijo é uma decisão, é uma escolha que cada um de nós pode fazer. Vamos encontrar muitas razões neste mundo para sermos tristes e infelizes. No entanto, também vamos achar sobejas razões para sermos alegres, jubilosos e felizes, se nós contemplarmos a salvação que nos foi providenciada por Deus em Seu Filho Jesus Cristo ao morrer na Cruz do Calvário. A nossa parte, “quanto a mim”, é escolher ser feliz, porque esta é a vontade de Deus para conosco, e este é o melhor caminho para nós enquanto aguardamos a vinda de Jesus e ajudamos a outros para que também se preparem para aquele glorioso dia.

3- Perseverança no louvor: “Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem” (v. 6). Jubilosos cantos de louvor e gratidão partiam daquele coração pronto para exaltar a Deus. Esta é a sua promessa final: sua perseverança em continuar no louvor a Deus porque, embora ele pudesse dizer que se sentia abandonado e esquecido por Deus, no fundo de sua alma havia uma esperança incansável, e uma fé inabalável que ainda podia contemplar os feitos salvadores que o Senhor lhe havia feito no passado. Com efeito, assim dizia Ellen G. White, após passar por muitas tribulações, desapontamentos e lutas: “Ao ver o que Deus tem realizado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 443).

CONCLUSÃO

Podemos passar por muitas lutas e perplexidades, muitas vezes desapontados com Deus, com os outros e conosco mesmos. Mas isso é apenas mais um chamado à oração e preces fervorosas, e um convite à perseverança. Não esqueça os 3 “P”s do salmo 13: Perplexidade, Petição, Perseverança. Vamos continuar confiando na graça de Deus aconteça o que acontecer; e vamos encher o nosso coração triste das mais altaneiras esperanças, “aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” (Tito 2:13).

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em teologia
prbiagini@gmail.com
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CONFIANÇA PLENA EM DEUS



ANÁLISE DO SALMO 20:7


1 INTRODUÇÃO
Quando se pensa nos salmos bíblicos facilmente nos vem a mente a figura de Davi, o segundo rei de Israel e autor de vários salmos inspiradores. Talvez esse rei seja lembrado mias pelos louvores que compôs que por outras coisas que realizou.
Dentre os salmos de sua autoria encontramos dois que se distinguem dos demais pela ocasião onde costumavam ser usados. São eles os salmos 20 e 21, que, respectivamente, eram usados como uma oração pedindo a Deus que os protegesse durante a guerra, e o outros agradecendo a Deus pela vitória obtidas na guerra.
Como fora enunciado no título, esse trabalho se propõe a analisar apenas o verso sete do capitulo 20. Para tanto, será feito uso de ferramentas como o BiblioWorks, que ajudará nas pesquisas sobre o verso em sua língua original ou de alguma palavra específica dentro do verso.
Esse trabalho não se propõe a ser uma análise exaustiva do verso.

2 ANÁLISE DO TEXTO
O texto bíblico que se propõem analisar é o Salmo 20:7. Alguns autores costumam estudar os salmos 20 e 21 juntos, como propõem os comentaristas Kidner (1980), Ironside (1952), Wilcock (2001) e o COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA (2012, v.3). Para fins desse estudo, será seguida essa linha apresentada pelos comentaristas.
Embora haja alguns comentaristas que discordem que o salmo 20 foi escrito por Davi (STADELMAAN, 1999), para finalidade desse trabalho será seguida a interpretação mais tradicional das escrituras que aponta Davi como autor desse salmo e sua composição em algum período dentro de seu reinado (WHITE, 2006, p. 716).
Com relação a data e contexto histórico onde o salmo foi composto, o que se pode precisar é a probabilidade de que a nação israelita estivesse saindo para um conflito. Como as guerras faziam parte da vida das pessoas que viviam naquela região, não é possível estabelecer a data exata da composição do salmo.

2.1 O TEXTO

אֵ֣לֶּה בָ֭רֶכֶב וְאֵ֣לֶּה בַסּוּסִ֑ים וַאֲנַ֓חְנוּ ׀ בְּשֵׁם־יְהוָ֖ה אֱלֹהֵ֣ינוּ נַזְכִּֽיר׃

2.1.2 Tradução e Comparação Com Outras Traduções 

ORIGINAL
COMO SE LER
TRADUÇÃO
FUNÇÃO
אֵ֣לֶּה


’êl·leh
Alguns
Adjetivo
בָ֭רֶכֶב
ḇā·re·ḵeḇ
em carruagens
Substantivo
וְאֵ֣לֶּה
wə·’êl·leh
e alguns
Adjetivo
בַסּוּסִ֑ים
ḇas·sū·sîm
em cavalos
Substantivo
וַאֲנַ֓חְנוּ
wa·’ă·naḥ·nū
mas nós
Pronome
בְּשֵׁם־
bə·šêm-
no nome
Substantivo
יְהוָ֖ה
Yah·weh
do SENHOR
Nome Próprio
אֱלֹהֵ֣ינוּ
’ĕ·lō·hê·nū
o nosso Deus
Substantivo
נַזְכִּֽיר
naz·kîr.
lembrará
Verbo no hiphil


Segue abaixo uma lista que contem a maioria das traduções modernas do texto que está em análise:
Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor nosso Deus. (Nova Versão Internacional – NVI)
Uns confiam em carros de guerra, e outros, em seus cavalos; nós, porém, invocaremos o nome do Senhor, nosso Deus. (Nova Almeida Atualizada – NAA)
Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus. (Almeida Revista e Atualizada – ARA)
Alguns confiam nos seus carros de guerra, e outros, nos seus cavalos, mas nós confiamos no poder do Senhor, nosso Deus. (Nova Tradução na Linguagem de Hoje – NTLH)
Alguns povos confiam em carros de guerra, outros, em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, nosso Deus. (Nova Versão Transformadora – NVT)
Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, faremos menção do nome de Jeová, nosso Deus. (Tradução Brasileira – TB)
Alguns de carruagens e outros de cavalos, mas nós lembramos do nome do Senhor nosso Deus. (Nossa tradução)

Comparando o texto no original hebraico com a maioria da traduções há uma característica que salta aos olhos: em hebraico há apenas um verbo, נַזְכִּֽיר (lembrará), a última palavra do texto, e se encontra no Hiphil (voz ativa, ação causativa); já em português os tradutores acrescentam sempre um segundo verbo, talvez por acharem que o texto teria mais coerência se traduzido assim, que é o verbo confiar.
Como se pode ver na comparação das traduções feitas acima, todos os tradutores utilizaram o verbo “confiar” (grafado nas comparações em negrito), mesmo esse verbo não existindo no texto original.
Na tradução feita do hebraico para o grego, pelos judeus, chamada de Septuaginta (LXX) esse verso foi traduzido assim:

οὗτοι ἐν ἅρμασιν καὶ οὗτοι ἐν ἵπποις ἡμεῖς δὲ ἐν ὀνόματι κυρίου θεοῦ ἡμῶν μεγαλυνθησόμεθα

ORIGINAL
TRADUÇÃO
οὗτοι
Este
ἐν
Em
ἅρμασιν
Uma carruagem
καὶ
E / Também
οὗτοι
Este
ἐν
Em
ἵπποις
Um cavalo
ἡμεῖς
Eu
δὲ
Mas / E
ἐν
Em
ὀνόματι
Um nome
κυρίου
O Senhor
θεοῦ
Deus
ἡμῶν
Eu
μεγαλυνθησόμεθα
Fazer ou declarar grande



Mesmo no grego, o verbo “confiar” ou algum outro semelhante também não aparece.
Kidner (1980, p.120) confirma a ausência do verbo “confiar” em hebraico, porém o aponta como “uma inferência razoável”.
A maior parte dos comentaristas bíblicos parece não se atentar muito a esse detalhe, ou o considera irrelevante, visto não mencionarem em seus comentários.
Já o termo hebraico נַזְכִּֽיר (lembrará), que nas traduções mencionadas acima se encontra sublinhado, foi traduzido das mais variadas formas possíveis. Essa palavra, como está grafada acima, só aparece duas vezes em todo o Antigo Testamento, sendo uma no texto que está sendo analisado e outra em Isaías 26:13.
A palavra no texto de Isaias é traduzida, pelas modernas traduções, assim: “louvamos” (ARA), “honramos” (NVI), “adoramos” (NVT) e “confessamos” (NTLH).
A raiz do verbo éזָכָ֥ר , que aparece em todo o antigo testamento 316 vezes.
É perceptível, mesmo em português, a existência de uma contraposição entre os pronomes de primeira e terceira pessoa: “alguns... mas nós...” ou, em outras traduções, “uns... outros... nós, porém...”.
Dessa forma se faz necessário o estudo dos pronomes pessoais (nós e eles) ao invés de qualquer outra palavra desse verso.

2.2 ESTRUTURA DO VERSO
Nessa parte do trabalho será analisada a estrutura do verso e sua perícope. Aqui será definido quantas linha tem o verso.

2.2.1 Perícope
A perícope do verso que está sendo estudando é o Salmo 20:1-9. Isso pode ser percebido com a presença de uma setumah no fim do capitulo, indicando o termino da perícope e mudança de assunto.
Não há nesse capitulo do livro dos Salmos qualquer outra ferramenta que possa indicar uma divisão no texto, fora uma possível divisão temática.
O texto pode ser dividido da seguinte forma, considerando o seu provável  uso: versos 1–5, oração da congregação solicitando as benção e proteção divina sobre os que sairiam para a guerra; versos 6–8, essa parte provavelmente era entoada pelo rei (alguns comentaristas acreditam que anteriormente a esse momento, seria realizado um sacrifício); e o verso 9, seria novamente entoado pela congregação.
Se considerar-se a divisão temática, o verso que será analisado faz parte da segunda seção do capitulo que trataria da fala do rei, que é apresentado nessa seção como o ungido do Senhor.

2.2.3 Sinais e Acentos
Como se pode ver logo abaixo, o verso é composto de três linhas (ou seja, tetracolon).
Nesse caso, a terceira linha do verso é a mais importante. Embora que nela só haja uma palavra וַאֲנַ֓חְנוּ (nós, porém), essa palavra faz toda a diferença e coloca a primeira parte d o verso em uma completa oposição a segunda parte.
Nesse sentido a ideia do salmista em distinguir o povo de Deus das demais pessoas (ou nações) fica explicita. Em quanto o povo de Deus lembrava do Senhor e exaltava seu nome, as outras pessoas pensavam em seu poderio bélico. O povo de Deus sabe quem pode garantir a vitória.



2.3 ANÁLISE DA PALAVRA
Nessa seção será analisada os pronomes pessoais da primeira e terceira pessoa do plural, por considera-se como sendo as palavras de maior importância para a compreensão do texto.
A palavra hebraica correspondente ao pronome nós em português é נַ֓חְנוּ essa palavra encontra-se conectada no texto a uma conjunção adversativa, o que poderia ser traduzido assim: “mas nós”.
Embora que o pronome para a terceira pessoa não apareça de forma explícita no texto, seu uso está implícito com o uso da palavra אֵ֣לֶּה que pode ser traduzido como “alguns” ou “uns”.
A interação entre esses dois termos indica que o salmista desejava passar uma ideia de oposição entre os dois grupos. Pode-se dizer que seja um paralelismo antitético, que é quando a primeira parte esta em oposição a segunda parte do mesmo verso.

3 ANÁLISE TEOLÓGICA
Como já foi mencionado anteriormente, o verbo confiar não aparece na língua original onde o texto foi escrito. Mas a teologia apresentada nesse texto é a de que devemos confiar em Deus e não em qualquer outra coisa.
Davi, o autor desse Salmo, parece ter vivenciado essa teologia em sua vida particular. Em 1 Crônicas 18 estão registradas, de forma resumida, as grandes vitorias em guerras obtidas por ele. O verso quatro chama muito a atenção. Ele diz: “Tomou-lhe Davi mil carros, sete mil cavaleiros e vinte mil homens de pé; Davi jarretou a todos os cavalos dos carros, menos para cem deles.” (grifo nosso).
A palavra jarretou é sinônimo de aleijar ou causar danos inrreveciveis, nesse caso, aos cavalos que foram obtidos por meio das vitórias na guerra. Essa atitude não era muito comum, principalmente pelo fato de os cavalos serem a principal ferramenta de locomoção e uma essencial arma nas guerras.
Essa atitude de Davi foi uma demonstração publica de confiança em Deus. Como líder de uma nação o rei deveria dar exemplo, e isso ele fez muito bem.
Há outras passagens nos Salmos em que Davi segue essa mesma linha de raciocínio: ele exalta a Deus, despreza a força humana e poderio bélico como certeza de vitória.
“O cavalo não garante vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar.” (Salmo 33:17)
“Não faz caso da força do cavalo, nem se compraz nos músculos do guerreiro.” (Salmo 147:10)
Davi foi um grande guerreiro e obteve muitas conquistas, com certeza fez uso de cavalos e cavaleiros para tal coisa. Mas sua certeza e sua confiança não era que possuía os homens mais preparados ou o equipamento mais adequado para vencer. Na verdade, sua certeza vinha da confiança de ter Deus ao seu lado em cada batalha.
“Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança.” (Salmo 27:3)
A teologia apresentada pelo salmista se assemelha bastante a que Jeremias demostra no capitulo 29 de seu livro.
"Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio, na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR." (Jeremias 9:23-24)
A confiança em Deus e a certeza de que só do Senhor poderá vim socorro e vitória é o que Davi demostro em sua vida cotidiana.
A mensagem que o esse verso do Salmo (20:7) nos transmite hoje é: não podemos acreditar que posses terrenas e uma boa estabilidade financeira nos trará tranquilidade. A verdadeira paz só pode ser garantida por Deus. Por isso, devemos sempre nos manter confiantes no Senhor e crer que Ele é capaz de conduzir nossas vidas. E se cremos, porque não nos entregar totalmente em suas mãos?

CONCLUSÃO
O Salmo 20:7, embora não traga originalmente a palavra confiança ou algum outro verbo similar, apresenta uma mensagem de confiança em Deus e de certeza de vitória nas batalhas por meio do poder do Senhor.
Como vimos, esse verso era entoado antes de se sair as batalhas e servia de encorajamento ao povo de Deus. Os primeiros seis versos desse salmo é um pedido do povo a Deus, para que os conduza durante a batalha e possa conceder a vitória. Já o verso sete é a garantida dada pelo rei (o ungido do Senhor) que a confiança daquela tropa não estava em seus homens ou nas suas armas, mas sim no poder de Deus para conduzi-los e concede-los final vitória sobre os inimigos.
A teologia desse salmo pode ser aplicada as nossas vidas. Demos confiar unicamente em Deus e não em coisas terrestres que possam nos trazer decepção futura e frustação.


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REFERÊNCIAS


BIBLIA hebraica stuttgartensia. Edição de K Elliger, W. Rudolph, K. Elliger. 1. ed. Deutschland: Deutsche Bibelgesellschaft, 1987.


COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA: A Bíblia Sagrada com o comentário exegético e expositivo. v. 3. 1 ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2012.


HOLLADAY, William L. Léxico: Hebraico e aramaico do Antigo Testamento. Tradução de Daniel de Oliveira. 1. ed. São Paulo, SP: Vida Nova, 2010.


IRONSIDE, H. A. Studies on Book one of the Psalms. Neptune: Loizeaux Brothers, 1952.


KIDNER, Derek. Salmos 1–72: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980.


MENDES, Paulo. Noções de hebraico bíblico. 1ª São Paulo, SP: Vida Nova, 2004.


STADELMAAN, Luiz I. J. Os Salmos: Comentários e Orações. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.


WILCOCK, Michael. The message of Psalms 1–72. Westmont: InterVarsity Press, 2001.


WHITE, Ellen G. Patriarcas e profetas: o conflito entre o bem e o mal, ilustrado na vida de homens santos da antiguidade. 16. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006.

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Sobre o Autor:

Jair Gomes Silva é aluno do curso de Teologia da Faculdade Adventista da Amazônia. Tem grande interece pela área da teologia histórica. Ama fazer evangelismos e ganhar almas para Cristo.

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